Quatro pessoas foram presas em flagrante e um menor foi apreendido durante uma operação da Polícia Civil contra uma quadrilha especializada no tráfico de animais silvestres.

Um dos principais alvos, que se intitulava como Rei da Selva, foi localizado na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. Com Luiz Otávio dos Santos Fernandes, os agentes apreenderam dois tabletes de cocaína.

O bandido tinha um perfil em uma rede social, onde divulgava diversos animais. Em uma das postagens, uma arara-canindé era oferecida por 1.600 reais. Em outra, ele cobrava 250 reais por um filhote de jabuti. As publicações ainda incluíam macacos-pregos, saguis e papagaios.

Segundo a Polícia Civil, os animais ficavam em cativeiro, muitas vezes em situação degradante. A delegada Thaianne Moraes explica que, em alguns casos, eles chegavam a ser dopados.

Ao todo, os agentes cumpriram 25 mandados de busca e apreensão contra 16 acusados de integrar a organização criminosa. As equipes estiveram em endereços na capital fluminense, na Baixada e nas regiões Norte, Noroeste e dos Lagos.

Entre os alvos, está um cabo da Polícia Militar, que teve notebook e celular apreendido na casa dele na Baixada. Ele é suspeito de atuar como intermediador entre possíveis compradores e vendedores.

De acordo com as investigações, os bandidos comercializavam os animais pela internet, em um grupo de WhatsApp que funcionava como uma "feira virtual". Por meio da plataforma, os criminosos divulgavam fotos, vídeos e os preços de cada animal.

No grupo, eram oferecidas as mais variadas espécies, como macacos-pregos, saguis, papagaios e tucanos. Até mesmo corujas, jacarés, sapos, baratas, tartarugas e cobras eram traficadas pela quadrilha.

As investigações começaram em maio de 2023, quando três pessoas foram presas no Parque Lage, na Zona Sul do Rio, tentando levar um bicho-preguiça em uma mochila.

Em setembro, um casal também foi preso no Jardim Botânico, na mesma região, acusado de dopar macacos com calmantes. Segundo a policia, os dois pertencem a outro grupo de criminosos, mas também pretendiam traficar os animais.

Em nota, a PM disse que a Corregedoria da corporação abriu um procedimento apuratório contra o policial alvo da ação.