Ambulantes da Zona Sul do Rio denunciam truculência em abordagens da GCM

Nos últimos dias foram pelo menos três registros de confusão

Por Gabriela Souza

Ambulantes da Zona Sul do Rio denunciam truculência em abordagens da GCM
Ambulantes denunciam truculência em atuação da Guarda Municipal e da SEOP
Reprodução

Ambulantes que atuam na orla da Zona Sul do Rio, entre Leme e Copacabana, denunciam truculência durante abordagens da Guarda Municipal e de agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública. Nos últimos dias foram pelo menos três registros de confusão. O depoimento que mais impressiona é de um episódio que aconteceu no último sábado (21). A ambulante Adriana Barbosa, de 44 anos, se jogou por cima do filho de 15 anos para protegê-lo das agressões.

Ela conta que quando foi abordada pelos agentes, não ofereceu resistência por ter consciência de que estava sem a licença do carrinho de açaí. Ainda segundo Adriana, um dos servidores havia permitido que ela retirasse alguns alguns potes. No entanto, quando o filho foi ajudar, um agente chutou o adolescente no peito.

No domingo (22), outro episódio ganhou repercussão. O  atendente que se identificou apenas como Lucas, de 25 anos, que trabalha na praia de Copacabana, aparece sendo espancado a pauladas pelos agentes em um vídeo que circula na internet. Quando já está sentado e cercado pelos agentes, ele ainda leva um chute.  

Um outro ambulante tenta falar com um policial militar que está no cerco e leva um soco do agente.  

De acordo com o jovem, a confusão começou depois que ele e um grupo de amigos que estavam trabalhando foram acusados de roubo por um banhista. Os dois entraram em luta corporal e a guarda foi acionada. Para ele, além da truculência dos agentes também houve preconceito.

A defesa do jovem afirmou que vai entrar com um processo contra a Guarda Municipal. Já na terça-feira (24), uma confusão envolvendo os guardas e ambulantes causou pânico quem passava pelas ruas Siqueira Campos e Barata Ribeiro.

Segundo um pedestre que prefere não se identificar além das bombas de efeito moral, os servidores usaram muito gás de pimenta mesmo com crianças e idosos na região.

Para o Coronel e analista de segurança pública Ubiratan Angelo, a ação dos agentes nos três casos, foge totalmente dos protocolos nacionais e internacionais do emprego da força.

Em nota, a Secretária Municipal de Ordem Pública e Guarda Municipal informaram que abriram uma sindicância para apurar o caso que foi registrado na Polícia Civil.  

Já a Polícia Militar disse que o PM que aparece ao lado dos agentes da Guarda Municipal no episódio de domingo será identificado e vai ser ouvido. Nas imagens, o policial dá um soco com uma arma em um outro ambulante que estava tentando defender o jovem que era espancado. 

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