Após aparecimento de língua negra na Praia de Copacabana, lixo é encontrado na areia

Frequentadores e trabalhadores da região afirmam que, quando a água extravasa, é possível ver ratos e baratas

Por Maria Eduarda Vieira

Após aparecimento de língua negra na Praia de Copacabana, lixo é encontrado na areia
Língua negra na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio
Reprodução

Um dia após o aparecimento de uma língua negra na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, resíduos de lixo e esgoto ainda estavam na areia, na manhã desta quinta-feira (05).  

A reportagem da BandNews FM esteve no local e encontrou garrafas, vidros e madeira espalhados pela orla, além da água com espuma e uma coloração escura.

Frequentadores e trabalhadores da região afirmam que, quando a água extravasa, é possível ver ratos e baratas. Nesses casos, há também um odor desagradável no local.  

O coordenador de natação e corrida Lucas Brito precisou cancelar as aulas de quarta-feira (4) por conta da má qualidade da água.  

E acaba que impacta muito assim, porque a gente, por uma questão de segurança, cancela as aulas para não colocar nossos alunos em risco. Eu já comecei a ver algumas baratas saindo por ali, e assim já fica um odor um pouco esquisito. E aí realmente veio água mais forte, abriu e ligou direto com o mar. Aí no momento a gente estava preparando um grupo para entrar na água. A gente cancelou, já avisou os demais grupos que viriam hoje, porque a gente não ia fazer treino e desmontou, desmontou aqui a nossa estrutura.

O cenário também decepciona turistas que vieram conhecer o Rio de Janeiro, como é o caso da Evelyn Caroline. Ela veio de Santos, em São Paulo, e não gostou de encontrar tanto lixo em Copacabana.  

Eu pensei que era que nem na TV, com a praia limpinha, a água limpa. Você chega aqui, essa sujeira no chão, o lixo, água bem escura, suja, né. É triste. Diz a Lima, eu vim lá de Santos, né, vim conhecer também a praia aqui, falar muito que aqui é bonito, né, aí você chega aqui, tá essa sujeira.

Após o episódio registrado pela reportagem na quarta-feira, agentes da Comlurb estiveram na praia retirando os lixos e resíduos na manhã desta quinta-feira.  

De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente o aparecimento da língua negra foi um evento fora da normalidade e causado devidos às fortes chuvas após um período de seca.  

Ainda segundo o Inea, o bairro da Zona Sul possui galerias de águas pluviais como um dispositivo de extravasamento, para não ocorrer alagamentos.

O consultor ambiental Luiz Renato Vergara explica que o extravasamento é previsto, porém o acúmulo de lixo que provoca a língua negra não.  

Isso é um impacto muito nocivo ao meio ambiente, porque prejudica a vulnerabilidade de uma joia como a praia de Copacabana, também é mais de muito ruim para o turismo e para a cidade. Então, é fundamental que essa manutenção seja feita de forma como a maior recorrência, para que nós não achemos estranho o extravasamento. O estranho é a língua negra.

Procurada, a Águas do Rio afirmou que o caso foi motivado pelo escoamento de água do grande volume de chuva, com a presença de efluentes diluídos, resíduos de borracha e de asfalto, além de sujeira de vias públicas.  

A empresa explicou ainda que houve uma redução considerável desse cenário na região de Copacabana, principalmente depois da limpeza do Interceptor Oceânico, túnel de 9 km de extensão responsável por coletar grande parte do esgoto da Zona Sul. Recentemente, cerca de 3 mil toneladas de resíduos foram retiradas dessa estrutura.

A Águas do Rio explicou ainda que para reduzir o impacto desse tipo de ocorrência, a concessionária realiza ações de fiscalização contra o despejo irregular. 

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