
Cento e dez celulares e mais de dois quilos de drogas são apreendidos durante uma operação da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária para reprimir a atuação do crime organizado nos presídios. Nesta quarta-feira (19), a Operação Strangulatio aconteceu nos Presídios Gabriel Ferreira Castilho, Benjamin de Moraes e Alfredo Trajan (Bangu II), todos dentro do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste. A operação foi deflagrada na sexta-feira (14).
Os chefes de facções foram os principais alvos da ação e tiveram as celas fiscalizadas pelos agentes. 39 presos também foram isolados nos presídios.
A ação conta com apoio da Secretaria Nacional de Política Penais (Senappen), que vai realizar o bloqueio móvel do sinal de telefonia das unidades. Os dispositivos da SENAPPEN vão ser utilizados, a princípio, durante o trabalho dos agentes nos presídios.
Entre 2023 e 2024, a SEAP apreendeu 16 mil celulares. A maior parte foi encontrada no ano passado, quando 10 mil aparelhos foram recuperados na entrada e no interior das unidades prisionais.
Já o número de visitantes presos flagrados tentando ingressar com itens não permitidos aumentou 200% entre 2021 a 2024.
Pelo menos quatro criminosos receberam visitas íntimas irregulares. Luiz Claudio Machado, o Marreta; Luiz Fernando do Nascimento Ferreira, o Nando Bacalhau; Marco Antonio Pereira Firmino, o My Thor; e William Sousa Guedes, o Corolla são alguns dos presos que foram isolados.
Um dos casos aconteceu no dia 9 de fevereiro de 2025. My Thor recebeu a visita de uma namorada que não estava cadastrada na Penitenciária Gabriel Castilho. A SEAP chegou a abrir uma sindicância para apurar as responsabilidades.
O traficante My Thor é apontado como um dos chefes de uma das principais facções criminosas do Rio. Ele possui 32 anotações criminais, entre elas por tráfico de drogas e homicídio qualificado, além de porte, uso e venda de armas.
Já William Sousa Guedes recebeu a visita de uma mulher que não era a esposa que estava cadastrada no presídio.
A utilização dos bloqueadores da SENAPPEN acontece enquanto a licitação que vai permitir a locação de equipamentos de bloqueio de sinal mais modernos para o sistema penitenciário do Rio não é publicada. A Procuradoria Geral do Estado do Rio analisou a terceira versão do edital e pediu correções à SEAP, que devem ser feitas nas próximas semanas.
A promessa da pasta era lançar a licitação em dezembro do ano passado para 48 unidades prisionais e hospitalares e uma unidade prisional da Polícia Militar. O prazo para instalação dos equipamentos nas unidades prisionais é até o primeiro semestre de 2027. Os presídios considerados mais críticos vão ser priorizados. O valor total da contratação pode chegar a mais de R$ 464 milhões.