Após erro da Polícia, Governo é obrigado a indenizar homem preso injustamente

O encarregado de logística ficou no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste, por quase um mês

Por Carlos Briggs

Após erro da Polícia, Governo é obrigado a indenizar homem preso injustamente
A decisão da Justiça ainda cabe recurso
Divulgação/TJRJ

O Governo do Rio é obrigado a indenizar o encarregado de logística Douglas da Matta, preso após erro na investigação da Polícia Civil, do Ministério Público e de decisão judicial. A injustiça foi comprovada pela Rádio BandNews FM, após uma suposta testemunha do caso reconhecer que houve engano no reconhecimento de Douglas.

O encarregado de logística ficou no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste, por quase um mês, acusado de roubo de veículo. O caso aconteceu em março de 2020. O reconhecimento fotográfico de Douglas, como suposto assaltante, foi a única prova sustentada pelos investigadores e promotores.  

A foto reconhecida em delegacia foi tirada há cerca de 15 anos do crime.

Ao ser procurada pela reportagem da Rádio BandNews FM, uma testemunha, ao ver a foto atualizada, afirmou que foi induzida ao erro de reconhecimento. Ela voltou à delegacia e prestou novo depoimento. Ainda assim, o caso durou aproximadamente 30 dias, até que o encarregado de logística fosse, finalmente, posto em liberdade.

Depois de uma longa batalha judicial, Douglas foi declarado inocente. O advogado de Douglas, Eduardo Cruz, destaca que o erro da Justiça foi grave.

Além de não apagar os danos psicológicos, a absolvição e a indenização não diminuem o constrangimento de Douglas. Isso porque toda pessoa que já respondeu a um processo, passa a ficar cadastrada nos sistemas das polícias Civil e Militar, além do sistema judiciário. Resultado: toda vez que acontece uma blitz policial, Douglas é parado e passa pela desconfiança dos Pms.

Douglas da Matta foi acusado de um assalto realizado por bandidos em um veículo, também roubado. O automóvel pertencia ao chefe de Douglas. Ambos haviam sido roubados há seis meses e prestaram queixa à Polícia Civil.

O carro do chefe de Douglas foi localizado dias depois do roubo à banda. No interior dele, estava a carteira de trabalho do encarregado de logística. Os investigadores deduziram que o bandido estava assaltando com o documento. A fotografia, tirara em 2005, serviu de base para toda investigação e processo.

O Estado ainda não foi notificado da sentença. A decisão da justiça ainda cabe recurso.

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