A Prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense, afasta os profissionais envolvidos no primeiro atendimento a menina de 13 anos que morreu após ter dado entrada em um Pronto Socorro 24h, em Santo Aleixo. A família de Gabrielle Cavalcante Santana acusa a unidade de saúde de negligência. O município abriu também um procedimento administrativo para apurar o caso.
Segundo os parentes da adolescente, ela chegou a ser levada ao pronto socorro três vezes, antes de ser internada uma última vez e não resistir.
De acordo com os relatos, a menina começou a ter tosse e outros sintomas respiratórios no dia 14 de agosto. Ela foi medicada e liberada.
No entanto, na última sexta-feira (16), ela voltou a se sentir mal, com febre contínua, e foi levada para o pronto socorro pela mãe. Ela foi liberada novamente, com prescrição de remédios para alergia e dor. A mesma situação aconteceu no sábado (17). Os familiares denunciam que os médicos afirmaram que a adolescente não teria nada grave e que não foram realizados exames complementares.
Nesta segunda-feira (19), Gabrielle deu entrada na Sala Vermelha do Pronto Socorro e um exame mostrou que o pulmão dela estava tomado por uma pneumonia. A tia da paciente, Fernanda Louzada, diz que a adolescente foi atendida por um médico de outra clínica, que auxiliou no serviço.
Ficou esse tempo todo lá esperando um médico decente, sofrendo. Ele veio de outra clínica, conseguiu reanimar a Gabrielle, só que depois a Gabrielle foi e não voltou mais. O que custava bater um raio-X. Ou falar assim 'não, mãezinha, tá ruim, procura outro lugar, que não tem recurso.
A mãe de Gabrielle chegou a passar mal na unidade de saúde, por causa da morte da filha. A certidão de óbito atesta que as causas foram insuficiência respiratória grave e pneumonia.
Fernanda conta que Gabrielle era muito brincalhona e querida.
A gente perdeu uma criança doce, meiga, que todo mundo gostava, uma menina estudiosa. Domingo, ela até mandou mensagem para a minha filha Kauany, que elas eram muito amigas. E tava pedindo ajuda para fazer um trabalho. Ela cheia de dor, preocupada com a escola. Tá todo mundo arrasado, as amigas da escola. A minha irmã está à base de calmante, não consegue falar, não consegue comer, a pressão dela tá alterada.
O velório da menina aconteceu na manhã desta terça-feira (20) e o enterro, durante a tarde, no Cemitério Magé II.
Procurado, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro afirmou que não havia recebido, até o momento, denúncias sobre o caso. Após tomar conhecimento do episódio, o órgão disse que vai apurar as informações.