
Ícone do jornalismo esportivo, João Baptista Bellinaso Neto, o Léo Batista, morre aos 92 anos. Ele estava internado em um hospital particular na Zona Oeste do Rio desde o dia 6 de janeiro e lutava contra um câncer no pâncreas. O velório está marcado para a tarde desta segunda-feira (20), na sede do Botafogo em General Severiano, na Zona Sul do Rio.
Na Globo há mais de 50 anos, Léo Batista era o funcionário mais antigo da emissora. "O homem da voz marcante" era conhecido por comandar quadros esportivos. Além disso, já apresentou programas como Globo Esporte, Esporte Espetacular, Jornal Hoje, Jornal Nacional, Jornal da Noite e Jornal Internacional.
Nascido no interior de São Paulo, no município de Cordeirópolis, Léo iniciou a carreira ainda na adolescência. Na década de 1940, ele ajudava a família como garçom de um restaurante, mas os amigos o incentivaram a fazer um teste em um serviço de auto-falantes na cidade em que moravam. Ali, ganhou a função de locutor.
Antes de entrar no Grupo Globo, passou pela rádio Clube de Birigui e a Rádio Difusora de Piracicaba. Aos 20 anos, chegou no Rio de Janeiro. Na Capital Fluminense, trabalhou na Rádio Globo, onde transmitiu diversas partidas de futebol e foi o primeiro radialista a noticiar o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954.
Mais tarde transferiu-se para a extinta TV Rio, onde durante 13 anos comandou o "Telejornal Pirelli", à época um dos mais prestigiados do país.
Em 1970, ingressou na equipe da TV Globo e criou alguns programas que estão até hoje no ar. Logo de início, participou da Copa do Mundo daquele ano e narrou o primeiro gol da competição transmitido em uma televisão brasileira.
Léo Batista foi o primeiro jornalista a apresentar o Globo Esporte e ficou conhecido como "a voz marcante", bordão criado pelo narrador Luis Roberto.
O homem da voz marcante, que tinha contrato vitalício com a Globo, participou também da cobertura de 13 edições de Jogos Olímpicos e de 13 Copas do Mundo.