Baía de Guanabara. Aos pés do Pão de Açúcar, com vista para o Cristo Redentor, um barco que já foi famoso por ações de conscientização ambiental apodrece. O Tocorimé foi construído no ano 2000 no estado do Pará, às margens do Rio Tapajós e chegou a rodar o Brasil como navio escola, mas há pelo menos cinco anos está exposto à ação do tempo, cada vez mais deteriorado. O dono tenta captar recursos para tirar o barco da Baía. Ele é mais um exemplo de um problema que se estende há décadas: a Baía de Guanabara virou um cemitério de navios.
O co-fundador do movimento Baía Viva, Sérgio Ricardo, afirma que não existe um levantamento do total de embarcações na baía, mas, em um único ponto, perto do Canal de São Lourenço, são cerca de 60.
O governo do Rio de Janeiro montou uma Força-Tarefa para fazer o desmonte desses navios. Só que, como quase todos têm processos envolvendo dívidas milionárias, esse descomissionamento está emperrado aguardando decisões judiciais. A Força-Tarefa agora foca o trabalho no navio São Luís, que, em novembro, bateu na ponte Rio-Niterói. A ideia é que, se ele for liberado para o desmonte, a ação abra espaço para que os tribunais deem prioridade aos casos dos outros navios abandonados na Baía de Guanabara.