O Banco Safra questiona na Justiça a antecipação da emissão de titulos de dívida no dia em que a Americanas anunciou "inconsistências contábeis" na ordem dos R$ 20 bilhões. Em 11 de janeiro deste ano, momentos antes de anunciar o fato relevante que expôs as fraudes ao mercado financeiro, a varejista quitou e antecipou a 13ª emissão de debentures - titulos de divida.
O Safra diz que considera estranho a companhia informar crise de liquidez provada por uma fraude em sua contabilidade e, no mesmo dia, liquidar antecipadamente uma debênture. O banco ainda afirma que a escritura da 13ª emissão, não conversíveis em ações, foi emitida em 13 de dezembro de 2018, no valor inicial de R$ 650 milhões e com prazo de vencimento de sete anos, com final previsto para 10 de janeiro de 2016. Já em 2019, teria sido feito um aditamento que elevou o valor do título para R$ 1 bilhão.
Na petição enviada à Justiça, o banco defende a compensação do valor e afirma ser credor da varejista em R$ 2 bilhões. Em nota, a Americanas informou que o resgate antecipado foi resultado de decisões tomadas ainda em 2022 pela antiga diretoria. De acordo com a companhia, em aviso prévio ao mercado, os debenturistas foram informados que no dia 11 de janeiro deste ano, que seria realizado o resgate antecipado dos títulos como previa a escritura.
O Banco Safra alega "conduta e suspeita peculiar" da Americanas em processo na Justiça após a antecipação da emissão de titulos de dívida no dia em que a varejista anunciou "inconsistências contábeis" na ordem dos R$ 20 bilhões.