
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social atingiu a marca de R$ 882 milhões em aprovações de projetos do Fundo Amazônia nos primeiros dez meses de 2024. O valor é superior ao alcançado no ano passado, quando foram totalizados R$ 553 milhões. O dado foi apresentado no início deste mês na 31ª Reunião do Comitê Orientador do Fundo Amazônia.
Neste domingo (17), o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, anunciou uma doação de 60 milhões de dólares para o fundo. O valor equivale a aproximadamente R$ 348 milhões. O diplomata está no Brasil para participar da Cúpula de Líderes do G20 e afirmou que a doação é forma de reconhecimento pelos esforços do Brasil em relação ao desmatamento na Amazônia, que teve uma redução de 31% em 2023.
A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, afirma que a queda no desmatamento é resultado do retorno de investimentos e ações, já que durante os quatro anos anteriores, no Governo de Jair Bolsonaro, as atividades do fundo foram suspensas.
De fato, o desmatamento na Amazônia vem caindo pelo segundo ano consecutivo. Então, tivemos queda o ano passado, voltamos a apresentar queda esse ano. Isso não aconteceu naturalmente. Essa redução do desmatamento, importante e intensa, acontece porque nós voltamos a enfrentar o desmatamento. A maior parte das ações são criminosas, ilegais, e, para isso, o governo tem um plano de enfrentamento e combate ao desmatamento, que é um decreto presidencial.
Neste domingo, durante uma visita a Manaus, o governo dos Estados Unidos anunciou que o presidente Joe Biden vai destinar 50 milhões de dólares, cerca de R$ 289 milhões e 500 mil, ao Fundo Amazônia para apoiar a conservação da floresta e combater a crise climática. Porém, o investimento pode não ser aprovado pelo Congresso Nacional Americano, que é representado, em sua maioria, pelo partido republicano, contrário aos democratas de Biden.
Na última semana, a reportagem da BandNews FM já havia conversado com especialistas que demonstraram preocupação sobre as consequências da eleição de Donald Trump, já que ele e o atual presidente têm políticas diferentes. Com isso, qualquer diretriz prometida por Biden durante o G20 não deve ser seguida no ano que vem por Trump.
O biólogo Mario Moscatelli reconhece as dificuldades de fiscalização da área, mas acredita que os investimentos podem ajudar na intensificação e planejamento das ações.
É claro que a dificuldade é gigantesca por conta da dimensão da área, bem como pela cultura dos degradadores ambientais acostumados com a impunidade. O fundo Amazônia, os recursos que estão sendo aportados para esse fundo, podem diretamente colaborar em ações de fiscalização, de instrumentalização das equipes de fiscalização, bem como de ações estruturantes envolvendo aquelas populações que fazem o bom uso dos recursos naturais.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia tem como objetivo captar doações para ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento da Amazônia Legal. A iniciativa do governo também apoia o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento no restante do Brasil e em outros países tropicais. Ao todo, 114 projetos recebem apoio do fundo.