Caso Marielle: réus confessos, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz vão a júri popular

O julgamento acontece na quarta-feira, a partir das 9h, pelo 4º Tribunal do Júri do Rio

Por Gabriela MorgadoGuilherme FariaVânia Vero

Caso Marielle: réus confessos, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz vão a júri popular
Ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz
Divulgação

A mãe, a víuva e a assessora de Marielle Franco devem ser ouvidas durante o júri popular dos assassinos confessos da vereadora e do motorista Anderson Gomes. O julgamento acontece na quarta-feira (30), a partir das 9h, pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, e pode durar mais de um dia.

Marinete Silva, mãe de Marielle, Monica Benício, esposa, e Fernanda Chaves, assessora que sobreviveu ao ataque, são três das sete testemunhas indicadas pelo Ministério Público que devem ser ouvidas. Além delas, também prestam depoimento Agatha Arnaus, viúva de Anderson Gomes, e três policiais civis.

Outras duas testemunhas foram indicadas pela defesa do ex policial-militar Ronnie Lessa, réu que confessou ter atirarado nas vítimas. São elas Guilhermo Catramby, delegado de Polícia Federal, e Marcelo Pasqualetti, agente da Polícia Federal.

O segundo réu que vai a júri popular é o também ex-PM Élcio de Queiroz, que responde por ter dirigido o carro no momento do assassinato. A defesa de Élcio de Queiroz chegou a indicar nomes, mas desistiu.

Os dois também devem prestar depoimento antes da decisão do júri.

Na noite de domingo (27), os familiares de Marielle e Anderson se reuniram no Cristo Redentor para uma missa em homenagem às vítimas.

Na manhã do dia do julgamento, as famílias das vítimas vão relizar um ato cobrando respostas. A ação é organizada pelo Instituto Marielle Franco e vai acontecer em frente ao Tribunal de Justiça do Rio, a partir das 7h.  

Em uma publicação nas redes sociais, a viúva de Marielle, Monica Benício voltou a dizer que a memória da vereadora não vai ser apagada.

À reportagem, a esposa de Anderson Gomes, Agatha Arnaus, afirmou que espera justiça.

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz vão participar do julgamento por videoconferência, já que estão presos fora do Rio de Janeiro.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, de quem Marielle foi assessora, ressalta que esse é apenas um passo, já que ainda não há julgamento marcado sobre o planejamento do crime.

Ronnie e Élcio também foram ouvidos em uma ação aberta no Supremo Tribunal Federal sobre o caso. Os dois voltaram a afirmar que os mandantes do crime são os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. O ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa teria obstruído as investigações. O trio e outras duas pessoas são réus na ação do STF e estão presos, mas negam as acusações.

Marielle e Anderson morreram em março de 2018 e, até agora, ninguém foi condenado.

Marielle voltava de um evento na noite do dia 14, quando foi alvo de um ataque no Estácio, no Centro do Rio. O motorista Anderson Gomes também acabou morrendo. Desde então, o caso passou por cinco delegados na Polícia Civil do Rio. No Ministério Público, duas procuradoras deixaram uma força-tarefa alegando interferências externas. Por causa da falta de respostas, a Polícia Federal passou a investigar o caso no ano passado e finalizou o relatório sobre o caso em março desse ano.

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