Casos de preconceito, discursos de ódio e ofensas chamam atenção em 2023

Acompanhe o quinto episódio do “O que foi Notícia em 2023”

Por Gabriela Souza

Casos de preconceito, discursos de ódio e ofensas chamam atenção em 2023
Vilma Nascimento, ex-porta-bandeira da Portela, foi uma das vítimas este ano
Reprodução/TV Band

Casos de preconceito, discursos de ódio e ofensas foram frequentes em 2023. Em novembro, o caso de racismo contra a ex-porta-bandeira da Portela ganhou repercussão. Aos 85 anos, a baluarte do carnaval, Vilma Nascimento, foi revistada e constrangida durante uma abordagem no Aeroporto de Brasília, em uma loja que havia parado com filha para comprar chocolates. 

A fiscal do estabelecimento foi afastada das funções. O episódio aconteceu um dia depois da ex-porta-bandeira receber uma homenagem na Câmara dos Deputados, no feriado da Consciência Negra. A investigação está sendo conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal.

Além de Vilma, foram inúmeros casos ao longo do ano. Em abril, o entregador Max Ângelo, de 36 anos, foi o agredido com uma coleira de cachorro pela ex-jogadora de vôlei, Sandra Mathias. Ela foi indiciada pelos crimes de lesão corporal, injúria e perseguição. O caso aconteceu na Zona Sul do Rio e causou revolta na população. Após o crime, Max Ângelo disse tinha orgulho da sua origem e incentivou a denúncia de casos de racismo.

Em agosto, um jovem foi vítima de racismo em uma fila de uma rede de fast food em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião a acusada Amanda Queiroz Ornela ainda debochou dizendo que não seria penalizada.

Este ano preconceito não teve idade. Em junho, duas influenciadoras foram denunciadas por racismo recretativo, quando a discriminação é usada como forma de diversão. Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves compartilharam vídeos em que apareciam dando uma banana e um macaco de pelúcia para duas crianças negras.

Os crimes também ocorreram na Internet. Pouco antes da final da Libertadores da América, entre Fluminense e Boca Juniors, no Maracanã, o Ministério Público do Rio teve que abrir uma investigação para tentar identificar os responsáveis por diversos comentários racistas no perfil do tricolor das Laranjeiras no Instagram. 

Dados do Instituto de Segurança Pública mostram que nos meses de agosto e setembro, quatro casos de injúria racial foram registrados por dia. O número, no entanto, pode ser subnotificado, já que nem todas as pessoas fazem a denúncia às autoridades.

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