Cerca de 50% de toda a população brasileira não têm acesso à coleta de esgoto. Os dados são do Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados e foram divulgados nesta segunda-feira (22), Dia Mundial da Água. A pesquisa revelou que 100 milhões de pessoas estão nesta condição.
Na parte de baixo da tabela está o Rio de Janeiro. O destaque negativo fica com a Baixada Fluminense. Entre os municípios com pior avaliação estão Belford Roxo e São João de Meriti. Completa a lista Duque de Caxias, a cidade pior colocada na relação.
Moradora de Belford Roxo, a jornalista Luiza Mattos denuncia esgoto a céu aberto no bairro onde mora, Bom Pastor, e critica: os reflexos na saúde pública são diretos.
O biólogo Mário Moscatelli lembra que o Rio de Janeiro recebeu recursos para tratar da questão quando foi escolhida para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014, incluindo a final no torneio, além de sediar os jogos olímpicos de 2016. Para Moscatelli, o problema não está na falta de recursos, mas no gerenciamento do orçamento público.
As cidades do Norte e Nordeste do Brasil também tiveram um rendimento ruim. Mas o município nordestino de Macapá, capital do Amapá, apresentou o pior resultado para o sistema de coleta de esgoto em todo o Brasil.
A presidente executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, critica as disparidades nos gastos com saneamento básico nos municípios brasileiros.
A diferença de investimentos em saneamento básico chega a 60%, na comparação entre as 20 cidades mais bem colocadas no ranking, em relação àquelas nas últimas posições.
O relatório mapeou os 100 maiores municípios do Brasil. São Paulo se destaca. Além da capital estar entre as vinte melhores avaliadas, outras sete cidades do interior também estão bem avaliadas. Santos é a campeã do ranking e a capital paulista aparece na quarta posição. Os estados de Minas Gerais e do Paraná também estão bem posicionados.
O estudo ainda mostrou que cerca de 35 milhões de pessoas não contam com água tratada, algo em torno de 15% de todos os brasileiros.
