Uma vigília nesta sexta-feira (21), em frente à Igreja da Candelária, marca o início de uma série de homenagens pela chacina que completa 30 anos no domingo (23). A coordenadora do movimento Candelária Nunca Mais, Marcia Gatto, destaca a importância de iniciativas como essa.
“Memoria, é também uma forma de resistência e luta contra toda essa violência. Era um grupo de 70 pessoas e eles vinha sendo ameaçados. A gente já esperava que acontecesse alguma coisa violenta, mas jamais que fosse uma chacina né?”
Era pouco antes da meia noite de 23 de julho de 1993, quando um grupo de atiradores desembarcou de dois carros, com placas encobertas, e abriu fogo. O telefone da educadora Yvonne Bezerra, que fazia um trabalho social com os moradores de rua, tocou logo depois:
“Eles diziam estão matando a gente, a polícia ta atirando na gente”
Rodrigo Fernandes tinha 14 anos. Ele dormia em cima de uma banca de jornal e lembra que correu para escapar dos disparos.
“logo depois eu comecei a escutar os estouros e só deu tempo de correr. Conseguiram acertar um tiro de raspão no meu braço esquerdo, senão hoje eu seria mais um desenho naquele solo ali”
Quatro PMs foram condenados a penas superiores a 200 anos em regime fechado. Atualmente, nenhum deles está preso.