Treze pessoas morreram e pelo menos nove estão desaparecidas por conta das chuvas que atingem o estado desde a sexta-feira (1º).
Sete pessoas da mesma família morreram em um deslizamento de terra em Paraty, na Costa Verde Fluminense. Sete casas foram atingidas, na comunidade costeira de Ponta Negra. Uma criança sobreviveu e foi levada para o Hospital de Praia Brava. Outras quatro pessoas, de outra família, ficaram feridas sem gravidade.
Ao todo, 22 bairros de Paraty foram atingidos por alagamentos e outras ocorrências ligadas ao temporal. De acordo com o município, são 71 famílias desalojadas até o momento.
CINCO MORTES EM ANGRA DOS REIS
Em Angra dos Reis, na Costa Verde, três crianças e dois adultos morreram em um deslizamento no bairro Monsuaba. Pelo menos quatro casas foram atingidas e seis pessoas estão desaparecidas, segundo a prefeitura. Outras cinco foram resgatadas com vida. As buscas chegaram a ser interrompidas temporariamente, por causa das condições climáticas na cidade, que está em alerta máximo.
Em outro ponto da cidade, na Praia Vermelha, também houve um deslizamento e três pessoas estão desaparecidas.
Em nota, a Prefeitura de Angra informou que 49 pessoas estão abrigadas em unidades da rede municipal de ensino. Por conta do alto volume de água, o transporte público está operando com intervalos maiores. De acordo com o prefeito Fernando Jordão, essa foi a maior chuva da história do município.
Em Angra dos Reis, as chuvas também afetaram o funcionamento do telefone 192 do Samu, que disponibilizou outros cinco números para o atendimento da população: (24) 3365-7082, (24) 3365-1698, (24) 3368-5338, (24) 3368-5214 e (24) 3368-5147.
Em Saquarema, na Região dos Lagos, foram registradas ocorrências relacionadas a pontos de alagamentos, quedas de muros ou árvores. Em 24 horas, choveu 160 milímetros na cidade, o equivalente a um mês de chuvas. Até o momento, há 10 desabrigados e quatro desalojados.
Na Região Serrana, por conta da previsão de chuva fraca a moderada, a Defesa Civil de Petrópolis decidiu manter o monitoramento das condições meteorológicas. O município ainda se recupera dos temporais de fevereiro e de março, que deixaram mais de 230 mortos.
MORTE NA BAIXADA
Na Baixada Fluminense, um homem de aproximadamente 35 anos morreu em Mesquita, após uma descarga elétrica, no Centro. No município, diversas ruas ficaram alagadas depois das fortes chuvas registradas entre a tarde de sexta-feira (1º) e a manhã deste sábado (2). No momento, uma força-tarefa segue atuando vistoriando residências e realizando a desobstrução e limpeza das vias.
Na mesma região, em Nova Iguaçu, a força da água invadiu os corredores do Hospital Estadual Ricardo Cruz. Apesar do susto, a Secretaria de Estado de Saúde informou que nenhum equipamento foi danificado e que não houve a necessidade de transferir pacientes.
Porém, no Hospital Geral de Nova Iguaçu, foram registradas infiltrações em dois CTIs. Na sala amarela, 13 pacientes foram transferidos para os setores de pós-operatório. De acordo com o município, a equipe de engenharia hospitalar já está na unidade trabalhando nos reparos.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram que o temporal deixou ruas de diferentes bairros, casas e até mesmo uma faculdade inundadas. A cidade permanece em estado de alerta máximo.
Em uma universidade particular de Nova Iguaçu, a água chegou a invadir uma biblioteca. Alunos e funcionários enfileiraram cadeiras escolares nos corredores para driblar a enchente.
RODOVIAS COM BLOQUEIOS
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a Rodovia Rio-Santos registrou seis pontos com interdições parciais ou torais devido a deslizamentos de terra e queda de árvores. Os bloqueios acontecem nos quilômetros 445, 447, 460, 461, 464 e 592. Em Angra dos Reis, o trânsito na RJ-155 flui em apenas uma das pistas, na na altura dos túneis.
CHUVA AFETA ABASTECIMENTO
As chuvas acabaram danificando uma das elevatórias do Sistema Guandu. Segundo a Águas do Rio, por conta disso, a produção de água, de responsabilidade da Cedae, foi reduzida para os municípios da Baixada Fluminense e algumas regiões do Rio. Em nota, a concessionária pediu para que a população economize água. As chuvas ainda afetaram os sistemas de abastecimento de água de Angra dos Reis.
CAPITAL EM ESTÁGIO DE ATENÇÃO
Já a capital fluminense segue em estágio de atenção, o terceiro em um escala de cinco, devido à previsão de chuva moderada e ao volume de ocorrências em decorrência do temporal de sexta (1º). O prefeito Eduardo Paes pediu para que os moradores da cidade fiquem atentos.
As condições climáticas também provocaram alterações no transporte público carioca. O ramal de trens Japeri, que liga cidades da Baixada a capital, teve a operação suspensa durante a manhã. De acordo com a SuperVia, a paralisação ocorre em razão de vários pontos de alagamentos na via férrea.
INMET ALERTA PARA CHUVAS FORTES
Onze cidades do Rio estão em estágio de atenção para possível elevação dos rios em função das fortes chuvas que atingem o estado. A informação é do Alerta de Cheias, sistema do Instituto Estadual do Ambiente que monitora a possibilidade de chuvas intensas e de inundações.
Já o Instituto Nacional de Meteorologia emitiu alerta de fortes chuvas. Segundo o Inmet, grande parte do estado está classificado sob alerta vermelho, que representa grande perigo.
O panorama ocorre devido ao risco de alagamentos e transbordamentos de rios e deslizamento de encostas e em áreas de risco.
A classificação se estende em quase todo território fluminense, englobando a capital e cidades das regiões Metropolitana, Serrana e dos Lagos, e também do Norte, da Costa Verde e da Baixada.