O Conselho Nacional de Justiça decide afastar o juiz Marcelo Bretas, magistrado da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, da função. Os conselheiros, que formaram maioria, também determinaram a instauração de processo administrativo disciplinar contra Bretas para investigar supostas irregularidades na condução de processos da Lava Jato.
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região disse que a juíza Caroline Vieira Figueiredo, substituta da vara federal, assume os processos de relatoria. Caso o afastamento passe de cinco dias, será designado um outro juiz para assumir a titularidade da vara até o término das investigações contra Bretas que não tem prazo para acabar. Portanto, os processos permanecem na vara de origem.
Os pedidos disciplinares contra Bretas foram feitos pela Ordem de Advogados do Brasil, pelo prefeito da capital fluminense Eduardo Paes e pela Corregedoria Nacional de Justiça. A sessão foi realizada sob sigilo na tarde desta terça-feira (28).
O prefeito do Rio Eduardo Paes afirmou que se sente "aliviado" e "honrado" ao ver que as instituições seguem firmes. A declaração foi publicada em uma rede social do político na tarde desta terça-feira (28), referente ao resultado dos julgamentos.
Eduardo Paes ainda disse que Bretas conduziu parcialmente um interrogatório contra o político, em 2018, durante as eleições. Paes era candidato ao cargo de governador do Rio. Para o prefeito do Rio, o juiz federal tinha o objetivo de favorecer o ex-governador Wilson Witzel, que venceu as eleições daquele ano, mas foi afastado do cargo dois anos depois. Em seguida, o também ex-juiz sofreu impeachment.