Com possível corte orçamentário em 2023, universidades buscam reduzir custos

Em maio deste ano, o Governo Federal cortou 14,5% da verba das universidades e depois liberou metade do valor bloqueado

João Boueri*

UFRJ afirma que houve corte de R$ 23 milhões em 2022 Coordcom/UFRJ
UFRJ afirma que houve corte de R$ 23 milhões em 2022
Coordcom/UFRJ

Após o Ministério da Educação informar às universidades federais que um novo corte deve acontecer no ano que vem na Lei Orçamentária Anual de 2023, as reitorias das instituições estudam medidas de redução de custos ou até paralisação das atividades.

É o caso da Universidade Federal Rural do Rio, que sinalizou que parte da instituição pode paralisar as atividades em outubro. A reitoria classificou a situação como asfixia, uma vez que a redução de verba afeta a manutenção de atividades básicas, como pagamento de luz, ações de assistência estudantil, entre outras iniciativas. Os editais de bolsas acadêmicas foram adiados para o ano que vem.

O reitor da UFRRJ, professor Roberto Rodrigues, criticou os cortes durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Em comunicado nesta terça-feira (2), a UFRJ disse que houve corte de R$ 23 milhões em 2022 e que é esperada uma nova redução de R$ 8 milhões para o ano que vem. A reitoria disse que vai ter dificuldade para concluir o atual ano letivo, mas prometeu esforços para impedir a interrupção parcial do funcionamento e que as atividades não vão retornar ao ensino remoto. A UFRJ já se considera inferior ao que era há 10 anos. A instituição federal já suspendeu diárias, passagens e auxílio capacitação, além de rever obras em andamento e não recomendação para nenhuma contratação.

O Cefet/RJ cancelou a contratação de estagiários, suspendeu visitas técnicas e readequou contratos de serviços terceirizados de vigilância, limpeza, manutenção predial, recepção e compras de materiais. Segundo a reitoria da instituição federal, o corte representa dois meses do valor necessário para custear o valor das contas básicas, como luz, água e esgoto.

Em maio deste ano, o Governo Federal cortou 14,5% da verba das universidades e depois liberou metade do valor bloqueado. No entanto, o corte de aproximadamente 7,2% representou a perda de quase R$ 7 milhões da Universidade Federal Fluminense. A verba era direcionada à assistência estudantil.

No dia 11 de julho, representantes de universidades e institutos federais no Rio criticaram a redução do orçamento previsto para as instituições em 2023, durante debate na Assembleia Legislativa.

O Ministério da Educação ainda não se manifestou.

*Estagiário sob supervisão de Luanna Bernardes

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