
A Comlurb aplicou, nesta quarta-feira (09/04), uma multa à Ciclus Ambiental por atividades irregulares de equipamentos da Estação de Tratamento de Resíduos Caju.
A medida foi tomada após denúncias do Instituto Estadual do Meio Ambiente e operação realizada pela Polícia Civil, que teve como alvo um aterramento sanitário clandestino, no Parque Alergia, no bairro da Zona Portuária do Rio.
Segundo a Prefeitura, a pasta comprovou a utilização indevida de equipamentos e viaturas pela concessionária.
A Comlurb divulgou ainda que também descredenciou as empresas Joka Retirada de Entulhos e Eletro Ferragens Conde de Bonfim Eireli pelo prejuízo ambiental causado.
O descredenciamento impede as duas empresas de requisitarem novo credenciamento em um prazo de 90 dias.
O prejuízo ambiental na região do lixão instalado ilegalmente pelo tráfico no Caju está estimado em cerca de R$ 5 milhões.
Quatro pessoas foram presas nesta quarta-feira (9). Um homem foi detido por porte de arma de fogo de uso restrito e associação ao tráfico, outros dois capturados pela Polícia Militar e um quarto homem, dono de uma das empresas investigadas, foi encontrado em casa, com animais silvestres irregulares.
Agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente foram até o local para cumprir 14 mandados de busca e apreensão contra traficantes do Terceiro Comando e também contra empresas que realizam descarte de resíduos e que, ilegalmente, despejam dejetos de forma irregular na comunidade. De acordo com as investigações, a ação pode ter relação com o tráfico.
A denúncia partiu do INEA, que desde outubro do ano passado, acompanha um grande volume de crimes ambientais na região.
Para ter acesso ao local, os veículos passavam por barricadas e por bandidos fortemente armados. Em um flagrante durante as investigações, o motorista de um dos caminhões conversa com um criminoso e, segundo a polícia, faz o pagamento para ter acesso ao lixão clandestino.
O delegado Andre Prattes explica o quão vantajoso é o esquema para as empresas.
Segundo as investigações, as empresas se beneficiam economicamente. Os criminosos também utilizariam o material para fazer a expansão das suas áreas de domínio.
Os agentes identificaram 10 empresas envolvidas no esquema. Uma delas, de acordo com a Polícia Civil, é a Ciclus, que tem contrato com a Prefeitura do Rio.
Em nota, a Ciclus Ambiental disse que não foi notificada oficialmente sobre as investigações e reitera que pauta suas operações na ética e no rigoroso cumprimento das leis. A empresa completa que tem total interesse na elucidação dos fatos e se mantém à disposição para contribuir com quaisquer esclarecimentos necessários.