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Corpo de idoso levado morto a banco é enterrado

Sepultamento aconteceu no Cemitério de Campo Grande com a presença de amigos e familiares

Por Fernando DavidJosé Paulo SobralGiovanna Faria

Corpo de Paulo Roberto Braga é enterrado
Corpo de Paulo Roberto Braga é enterrado
Marcelo Pinta / TV Band

Amigos e familiares se despediram de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, em sepultamento no Cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. O enterro do idoso, que foi levado morto a uma agência bancária em Bangu, na mesma região, foi custeado pela Prefeitura, já que os parentes alegaram não ter recursos para o sepultamento.  

O corpo de Paulo Roberto, que estava no Instituto Médico Legal, foi enterrado neste sábado (20), quatro dias após a morte dele. Ele só foi reconhecido na sexta-feira (19), por um parente do interior do estado, que viajou até a capital, já que não havia outros familiares diretos na cidade.

Paulo foi levado já morto ao banco por Erika de Souza Vieira Nunes, que afirma ser sobrinha e cuidadora dele e tentava conseguir um empréstimo de R$ 17 mil. Em depoimento, ela disse que o dinheiro seria usado por Paulo Roberto para comprar uma televisão e custear a reforma da casa dele. Ela está presa preventivamente.

Em depoimento, a irmã de Erika afirmou que ambas são sobrinhas biológicas de Paulo, porém, houve uma confusão no registro de nascimento, e as irmãs foram registradas pela a avó, sendo entendido civilmente, como primas dele.

A advogada de Erika, Ana Carla Souza Correa, esteve no enterro neste sábado. Ela disse que pediu a revogação da prisão, já que Erika teria problemas psicológicos. Ana disse ainda que o laudo médico de Erika já foi anexado no processo do caso.

Imagens de câmeras de segurança flagraram o caminho de Erika e Paulo desde o estacionamento de um shopping até o banco, no calçadão de Bangu, na terça-feira. Nos vídeos dentro da agência, é possível ver Paulo Roberto imóvel e com a cabeça caída para trás. Segundo os investigadores, as imagens mostram que ele já chegou morto no local.

Para a advogada de Erika, Ana Carla Correa, não houve omissão de socorro, já que ela não teria percebido que o idoso tinha morrido.

Ainda de acordo com a advogada, outras presas teriam jogado comida e água em Erika na cadeia. Ela foi presa na terça. No entanto, em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária disse que não houve agressão, que foi desmentida pela própria Erika em um termo assinado por ela. A mulher foi transferida na sexta-feira (19) para o Instituto Penal Djanira Dolores.

Ela responde por furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver.

A Polícia Civil deve ouvir nos próximos dias as filhas de Erika, além da funcionária de uma empresa de empréstimos que atendeu a mulher e a vítima, um dia antes da morte de Paulo Roberto.