Corpo de jornalista Sérgio Cabral é velado na sede náutica do Vasco

A despedida aconteceu na manhã desta segunda-feira

Por Pedro DobalFernanda Caldas

Corpo de jornalista Sérgio Cabral é velado na sede náutica do Vasco
Sérgio Cabral
Divulgação

A despedida a um dos maiores nomes do jornalismo carioca contou com homenagens de colegas da imprensa, do Carnaval e do Vasco da Gama. Coberto por bandeiras do clube, da Portela e da Mangueira, o corpo de Sérgio de Oliveira Cabral Santos foi velado nesta segunda-feira (15), na sede náutica do cruzmaltino, na Zona Sul do Rio.

A cremação ocorreu durante a tarde no Crematório Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária.

Apaixonado pelo Vasco e pela música brasileira, Sérgio Cabral, pai do ex-governador do Rio, morreu aos 87 anos neste domingo (14), por complicações de um enfisema pulmonar, depois de três meses internado.

Ele começou a carreira em 1957, como repórter policial. Em 1969, ele ajudou a fundar o jornal "O Pasquim", que teve papel de destaque na oposição ao regime militar, e chegou a ser preso devido à atuação no tabloide.

A viúva do jornalista, a museóloga Magaly Cabral, descreve o marido como um verdadeiro carioca.

O filho dele e ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, lembra de quando ainda era criança e visitava o pai na prisão durante a ditadura.

A historiadora e presidente do Arquivo da Cidade do Rio, Rosa Maria Araújo, escreveu junto com o jornalista o musical Sassaricando, que contava a história do Rio através de marchinhas de Carnaval. O espetáculo ficou 10 anos em cartaz no Brasil e em Portugal.

Sérgio Cabral escreveu mais de 20 livros. O primeiro deles, publicado em 1974, virou uma das maiores contribuições para a história das escolas de samba do Rio.

O jornalista ainda foi tema do enredo da Em Cima da Hora, no Carnaval de 1997. O presidente da escola, Álvaro Lopes, classifica Sérgio como um grande entusiasta do samba.

Sérgio Cabral também foi autor das biografias de Pixinguinha, Nara Leão, Ary Barroso e Tom Jobim. Ele ainda foi vereador do Rio por três mandatos, entre 1983 e 1993, e conselheiro do Tribunal de Contas do Município. O jornalista se aposentou em 2007, aos 70 anos.

Em 2014, ele foi diagnosticado com Alzheimer, dois anos antes do filho, o ex-governador Sérgio Cabral, ser preso acusado de envolvimento em esquemas de corrupção.

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