Um morador da Cidade Alta, na Zona Norte, denuncia que criminosos estão instalando barricadas nos acessos à comunidade. Nesta terça-feira (13), a Polícia Militar realizou uma ação na região e nas comunidades do Pica Pau e do Cinco Bocas. Ao todo, 11 escolas municipais não abriram nesta manhã por causa da operação.
O ouvinte da BandNews FM, que preferiu não se identificar, disse que bandidos colocaram obstáculos em várias ruas.
Acordei agora sem poder sair da comunidade. Em cada entrada e saída, aqui na Jorge Coelho, barricada, caminhões, carros. Aqui ao lado na Avenida Brasil, um ônibus parado. Cadê a polícia? Cadê o Estado? Cadê ajuda para um morador, o cidadão do Rio de Janeiro. Nós estamos aqui, ilhados, a deriva, a disposição da bandidagem.
O especialista em segurança pública, Daniel Hirata, afirma que a estratégia dos criminosos de utilizar barricadas é consequência de uma política baseada em operações.
As barricadas são uma consequência esperada e perversa de ações baseadas em operações policiais. Os grupos armados utilizam essas barricadas para impedir ou retardar a incursão e o avanço tático dos policiais nessas ações, o que seria desejável é uma forma mais ampla que permitisse a circulação mais fluida, mais fácil por dentro de lugares que muitas vezes são estreitos, de maneira que se fizesse rondas e não operações policiais, ou seja, ações com baseamento e não necessariamente voltadas para o confronto no momento das incursões.
Na manhã desta terça-feira (13), um ônibus da linha 335, que faz o trajeto Cordovil x Tiradentes foi sequestrado para ser usado como barricada. Segundo a Rio Ônibus, nos ultimos 12 meses, 138 veículos já foram sequestrados pelo mesmo motivo.
Além das barricadas feitas com ônibus e caminhões, a Polícia Militar também descobriu que criminosos têm abrindo buracos para dificultar o acesso de pedestres.
Essas valas foram encontradas na Avenida Mar Grande e na Rua Pinto Luz, a cinquenta metros da Avenida Brasil. Os criminosos teriam feito esses buracos utilizando escavadeiras.