O número de tiroteios na Zona Oeste da cidade do Rio praticamente dobrou em um ano. Dados do Instituto Fogo Cruzado apontam que nos cinco primeiros meses desse ano, os registros cresceram 99%, em comparação ao mesmo período de 2022.
O Mapa de Grupos Armados lançado pelo instituto, em parceria com o laboratório Geni, revela que, na última década, a Zona Oeste foi o local em que a milícia mais ampliou seu domínio.
Entre janeiro e maio de 2023, foram registrados 433 tiroteios nos mais de 40 bairros que compõem a área. O número representa 29% das ocorrências em toda a Região Metropolitana do estado. 242 pessoas foram baleadas na Zona Oeste e 149 delas morreram.
Na Zona Oeste ainda foram registradas oito chacinas, com 27 mortos no total. Em março, a Rua Araticum, no Anil, teve mais baleados do que os registros na Zona Sul e no Centro da capital somados. Foram 13 pessoas feridas. Naquele mês, a Zona Sul e o Centro somados tiveram 9 registros.
Se comparada à Zona Sul, a Zona Oeste da cidade teve 14 vezes mais tiroteios.
Ainda segundo o levantamento, o número de tiroteios com participação policial aumentou 206%.
A Praça Seca é o bairro mais afetado, por ser uma área estratégica de acesso a favelas da Zona Norte. Os 88 tiroteios ocorridos na região deixaram seis mortos e 17 feridos. A Vila Kennedy, considerada o laboratório da Intervenção Federal em 2018, foi o segundo bairro mais impactado pela violência em 2023 na Zona Oeste, seguida pela Cidade de Deus, Bangu e Tanque.