Notícias

Defensoria pede criação de plano de ação para agilizar atendimentos em Ortopedia

Defensoria Pública do Rio e Defensoria da União enviaram o pedido para que procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos no estado tenham filas diminuídas

Por Mariana Albuquerque

Credenciamento de hospitais que prestem serviços ao SUS deve ser atualizado
Credenciamento de hospitais que prestem serviços ao SUS deve ser atualizado
Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Defensoria Pública do Rio e a Defensoria da União enviaram um pedido para que os órgãos de saúde criem um plano de ação conjunto para agilizar os atendimentos e diminuir as filas de espera para procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos em Ortopedia no estado.

O número de pessoas aguardando já ultrapassa 16 mil e houve manutenção do quantitativo desde o primeiro semestre de 2021.

O documento pede ao Ministério da Saúde e às Secretarias Estadual e Municipal do Rio reavaliem e atualizem o credenciamento e as habilitações de todos os hospitais que prestem assistência em traumatologia e ortopedia ao SUS e disponibilizem as listas atualizadas com os números de cirurgias internas em cada unidade.

Em nota, a Secretaria municipal de saúde afirmou que as cirurgias ortopédicas eletivas são consideradas de alta complexidade e, portanto, de responsabilidade das redes estadual e federal, sendo que o acesso e a regulação dessas cirurgias são integralmente realizados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), por meio do Sistema Estadual de Regulação (SER).

Ainda segundo a SMS, o aumento da fila cirúrgica no SER é resultado do enfraquecimento das unidades federais ano após ano no Rio de Janeiro. O histórico de produção do INTO, por exemplo, demonstra redução de cerca de 65% na realização de cirurgias ortopédicas eletivas entre janeiro de 2019 e maio de 2022. Os seis hospitais federais, habilitados em traumato-ortopedia, reduziram a produção cirúrgica em 40%.

A Secretaria Estadual de Saúde diz que a fila para primeira consulta ambulatorial para avaliação em cirurgia de joelho vem crescendo nos últimos anos e, atualmente, é uma das maiores no Sistema Estadual de Regulação, gerido pela Secretaria de Estado de Saúde. O envelhecimento da população e o aumento dos índices de obesidade e sedentarismo são alguns dos fatores que podem estar relacionados a essa realidade. Aumentar a oferta de serviço e melhorar a gestão dos recursos já existentes são preocupações constantes da SES.

Com a melhora do cenário epidemiológico da pandemia da COVID-19, em 01.10.2021, a Secretaria implantou um projeto para otimizar essa fila com consultas de triagem. Esse projeto busca qualificar a fila de espera, com o paciente sendo avaliado por um especialista que definirá se há ou não indicação cirúrgica e identificando os casos mais urgentes. Isso vem sendo feito, desde outubro de 2021, por equipes do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), do Hospital Federal de Bonsucesso (desde 23.05) e do Hospital Regional do Médio Paraíba Zilda Arns Neumann (desde agosto). Com essa medida, a fila vem caindo, reduzindo o tempo de espera, mesmo com a entrada de novos usuários.

Além disso, a SES acredita ser necessário que as redes municipais se organizem para absorver a demanda de baixa e média complexidade em ortopedia. Assim como a rede federal para os casos de alta complexidade. A rede estadual já conta com dois hospitais dedicados exclusivamente a pacientes ortopédicos, o HTO Dona Lindu e o HTO Baixada, além de unidades como Getúlio Vargas, Roberto Chabo, Alberto Torres, Azevedo Lima e Pedro Ernesto, que também realizam cirurgias ortopédicas. Em agosto, o Hospital Regional do Médio Paraíba Zilda Arns também passou a realizar cirurgias ortopédicas.

Tópicos relacionados