A falta de um grupo especializado na investigação da comercialização de linha chilena no Rio dificulta o combate a esse tipo de crime. A avaliação é de um representante do Linha Verde. Altamente cortante, a linha chilena é encontrada a um preço baixo. Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, um rolo do material chega a ser encontrado a 10 reais.
Moradores do bairro do Jardim Primavera denunciam um festival de pipas que acontece as terças e quintas-feiras, à noite, na Praça da Pioneira. Segundo eles, o comércio das linhas chilenas acontece livremente nos dias do festival. Após apuração feita pela reportagem da BandNews FM, um rolo de linha, conhecido "dezão" é vendido na praça por dez reais e o "dezinho" por dez reais.
Um dos moradores que preferiu não se identificar e teve a voz distorcida, contou que desde o início desse festival tem medo de frequentar a praça como sempre frequentou e já presenciou crianças se cortando com as próprias linhas.
De acordo com o Linha Verde, o número de denúncias relacionadas a comercialização e uso de linhas chilenas cresceu 18% no estado do Rio no período de um ano. A capital registra o maior número de denúncias desde 2021. Ao todo, foram 621 ocorrências, seguida por Nova Iguaçu e Duque de Caxias, na Baixada.
O coordenador do Disque Denúncia, Renato Almeida, falou sobre o perigo das linhas chilenas e faz um apelo para que a população continue denunciando para evitar tragédias.
A legislação permite a soltura de pipa em áreas abertas e seguras, mas comercializar, usar e transportar esse tipo de material é crime. A pena pode variar de 3 meses a 1 ano de prisão, além de multa de R$ 17 mil.