Dia Internacional dos Surdos é celebrado nesta sexta-feira

Especialistas comemoraram os avanços conquistados e ressaltam a importância da garantia dos direitos

Por Priscila Xavier

Dia Internacional dos Surdos é 30 de setembro José Cruz/Agência Brasil
Dia Internacional dos Surdos é 30 de setembro
José Cruz/Agência Brasil

No Dia Internacional dos Surdos, comemorado nesta sexta-feira (30), especialistas celebram os avanços conquistados, mas ressaltam a importância da garantia dos direitos e das políticas públicas voltadas para essa comunidade.

Segundo dados do IBGE, em 2019, mais de dois milhões de brasileiros eram surdos ou tinham algum tipo de deficiência auditiva. Desse total, dentre as pessoas com 18 anos ou mais, cerca de 3% não tinham o ensino fundamental completo ou nenhuma instrução. Apenas 0,5% deles conseguiram chegar ao Ensino Superior.  

O estudo também apontou que, entre as pessoas de 5 a 40 anos, com deficiência auditiva, apenas 22% sabiam usar a Língua Brasileira de Sinais. De acordo com a professora da Universidade do Estado Rio de Janeiro e especialista na área, Valéria de Oliveira, essas pessoas vão precisar de intérprete de LIBRAS em determinados momentos da vida. Garantir esse direito é uma questão de respeito. 

"Mesmo na vida profissional, ela vai precisar de um intérprete de Língua Brasileira de Sinais. Essa é a ajuda técnica que ela necessita. Se respeitamos essa diferença e nos comunicamos com o surdo através da LIBRAS, disponibilizando comunicação que ofereçam essa língua, estaremos incluindo a pessoa surda", afirmou.

A falta de instrução e o preconceito afetam, diretamente, nos empregos destinados às pessoas com deficiência. Segundo o relatório do IBGE, dos mais de 17 milhões de brasileiros PCD's apenas 28% deles estavam no mercado de trabalho. Além disso, há impactos nas remunerações e nos postos de trabalho.

Segundo a professora de Educação da UERJ Cristina Mascaro, mesmo com Ensino Superior, pessoas com deficiência ainda encontram barreiras na busca por uma oportunidade no mercado de trabalho.

 "A gente deseja que as pessoas com deficiência não sejam contratadas por conta da deficiência, mas por suas habilidades. Um farmacêutico, por exemplo, não consegue vaga nesse cargo numa farmácia. Mas se ele procurar pela cota [das empresas], consegue vaga como balconista, mesmo tendo Ensino Superior", disse.

No dia 5 de outubro, a UERJ vai promover a 5ª edição do programa "Rompendo Barreiras" que, neste ano, vai abordar o tema sobre a inclusão no Ensino Superior em Instituições Públicas. O evento vai acontecer no 1º andar,  na Zona Norte do Rio. 

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