
Os resultados da educação no Rio em 2021 podem ser piores do que indica o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, divulgado pelo Ministério da Educação, segundo especialistas. O Rio teve o pior índice do sudeste nos anos iniciais do ensino fundamental e no ensino médio: de 5,7 e 4, em uma escala de 0 a 10. Os números são apenas um décimo abaixo daqueles registrados em 2019, antes da pandemia.
Os estudantes do Ensino Médio atingiram 4,7 em São Paulo, 4,5 no Espírito Santo e 4,2 em Minas Gerais. O Rio também foi o único estado da região que não teve proficiência acima da média do país em matemática, em turmas a partir do quinto ano.
Nos anos finais do Ensino Fundamental, o índice foi de 5,1, maior apenas que o do Espírito Santo, de 5. Já nos anos iniciais, o Rio atingiu 5,7, enquanto o Espírito Santo registrou 6; Minas 6,1; e São Paulo 6,3.
Mas o professor da Pós-Graduação em Educação da UFRJ, Tiago Bartholo, explica que o índice não é preciso, já que a adesão às provas pode ter sido menor.
Os dados do Ideb revelam que a situação é mais precária na rede pública. No Ensino Médio, o índice foi de apenas 3,9. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o Ideb é 5,3 e nos finais, 4,8.
João Paulo Silva, de 11 anos, está no quinto ano de uma escola privada. Ele conta que conseguiu superar a dificuldade em português, por causa da ajuda de familiares na educação dele.
Em Língua Portuguesa, a média brasileira na proficiência no Rio só foi atingida pelos estudantes do nono ano.
Os resultados foram calculados a partir das taxas de aprovação escolar com as médias de desempenho em Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Humanas e da Natureza no Sistema de Avaliação da Educação Básica.
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação disse que a avaliação do Ensino Médio, na rede estadual, voltou a crescer, passando de 3,5 para 3,9, em relação a 2019, indo da 20ª para a 14ª posição nacional. Já a Secretaria Municipal de Educação do Rio afirmou que os resultados são os primeiros a refletir os danos à aprendizagem durante o fechamento das escolas em 2020 e servem de ponto de partida, mas que, desde o início da atual gestão, a Secretaria retomou e fortaleceu o sistema de avaliações, produzindo avaliações diagnósticas periódicas capazes de identificar as necessidades específicas de cada um dos alunos da rede municipal, dando prioridade ao retorno às salas aos estudantes da educação infantil e primeiros anos do ensino fundamental.