O atendimento na emergência pediátrica do Hospital Municipal Albert Schweitzer está à beira de colapsar. A unidade, a única da rede pública que conta com cirurgia para recém-nascidos no Rio, sequer tinha profissionais durante o Carnaval. Na madrugada desta quarta-feira, havia apenas um médico para atender crianças de forma emergencial. A denúncia é dos próprios funcionários locais. A recomendação do Conselho Regional de Medicina do estado é que haja, no mínimo, seis pediatras para o setor, que realiza uma média de 300 atendimentos por dia.
Um médico, que teve a identidade preservada e a voz distorcida, é enfático: a situação na unidade está insustentável.
A administração do Hospital Municipal Albert Schwitzer foi terceirizada pela Prefeitura do Rio para a O.S. Viva Saúde. A Organização Social possui mais de R$ 1 bilhão em contratos com a Secretária de Saúde.
O Conselho Regional de Medicina já está ciente da situação. O Cremerj afirma que, mesmo o salário sendo mais atrativo na administração direta, não é suficiente para atrair os profissionais de educação. Para o Conselho, a necessidade de enxugar custos e atingir as metas estipuladas pela administração da unidade tem precarizado os serviços e provocado sobrecarga nos atendimentos.
A Comissão de Saúde da Câmara Municipal também foi acionada. O vereador Paulo Pinheiro, que comanda o grupo de fiscalização, fala que ações que vão ser tomadas.
Há cerca de um ano, a O.S. Cruz Vermelha deixou a administração do hospital, que passou a ser gerido pela organização social Viva Rio. A promessa da prefeitura era melhorar a gestão da unidade que atende, diretamente, não só os moradores de Realengo, na Zona Oeste, como também todos os bairros do entorno. Seis meses após a troca de gestão, a Rádio BandNews FM denunciava a falta de insumos básicos para os profissionais de saúde conseguirem trabalhar.
Até agora, a reportagem não recebeu resposta da OS Viva Saúde e da secretaria municipal.