
Jornadas de trabalho longas, falta de regulamentação e riscos de acidentes. É assim que especialistas definem a estrutura para confecção de fantasias e adereços para o carnaval.
Na última quarta-feira (12), um incêndio de grandes proporções atingiu uma fábrica de materiais das escolas da Série Ouro. Ao todo, 21 pessoas que trabalhavam no local foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros.
Segundo relatos, na reta final para os desfiles os funcionários trabalhavam por dias na fábrica, sem descanso e acesso a benefícios previstos em lei.
Diante da situação, o Ministério do Trabalho começou a apurar o caso. Em nota, o órgão informou que autuou com urgência uma notícia de fato para a realização de um procedimento sobre o episódio. Uma equipe de auditores fiscais que são especializados em acidentes de trabalho analisam o caso.
Essa não é a primeira vez que episódios como esse acontecem às vésperas do carnaval.
Segundo a auditora fiscal do Ministério do Trabalho, Ana Luzia Hocardes, o Ministério do Trabalho vem realizando ao longo dos últimos anos um trabalho de apuração das condições de trabalho no setor.
A auditora disse ainda que o incêndio em Ramos, na Zona Norte do Rio, será usado como exemplo para a criação de novas regras de segurança no trabalho em todo o país.
Para o jornalista e escritor especialista em carnaval, Aydano André Motta, existe hoje uma precarização do trabalho principalmente nos grupos que têm menos poder aquisitivo.
Em São Paulo e Salvador o MPT já realizou também diversas campanhas para alertar sobre as condições de trabalho nesta época do ano, principalmente em relação ao trabalho infantil.