Ex-marido que assassinou juíza a facadas é condenado a 45 anos de prisão

Crime aconteceu na frente dos filhos do ex-casal

Por João Boueri

O engenheiro está preso há um ano e 11 meses e vai cumprir mais 43 anos de reclusão Bruno Dantas/TJRJ
O engenheiro está preso há um ano e 11 meses e vai cumprir mais 43 anos de reclusão
Bruno Dantas/TJRJ

O engenheiro que assassinou a ex-companheira, a juíza Viviane Vieira do Amaral, na frente dos filhos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, é condenado a 45 anos de prisão. Paulo José Arronenzi cometeu o crime na véspera do Natal de 2020.

A magistrada ia entregar as três filhas ao pai, quando foi atacada a facadas na frente das crianças que tinham entre 6 e 9 anos à época. O Instituto Médico Legal apontou que foram 16 golpes contra a juíza. Dois meses antes, Viviane registrou lesão corporal e ameaça contra o ex-marido. Na ocasião, o engenheiro foi preso em flagrante por guardas municipais.

O julgamento começou na tarde de quinta-feira (10) e terminou mais de 13 horas depois, na madrugada desta sexta-feira (11). A sentença foi anunciada às 4h.

O tribunal do júri decidiu acolher a denúncia do Ministério Público, que denunciou Paulo José por homicídio quintuplamente qualificado. O documento apontou feminicídio, a prática do crime na frente dos filhos, o motivo torpe- uma vez que Paulo matou a ex-juíza por não aceitar o fim da relação- a impossibilidade de defesa da vítima; e o meio cruel, a partir do laudo que constatou as 16 facadas.

Em depoimento ao tribunal do júri, a mãe da juíza Viviane Vieira do Amaral, Sara Vieira do Amaral, se emocionou ao lembrar do que aconteceu no dia da morte da magistrada. Ela comentou como foi a ligação da neta, que presenciou o crime.

O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, que presidiu a sessão, também destacou a ''conduta arquitetada, fria e obstinada'' de Paulo José contra a ex-companheira.

Cinco testemunhas de acusação e quatro de defesa prestaram depoimento ao tribunal do júri. Uma delas é a mulher que conseguiu filmar parte do ataque de Paulo José.

O engenheiro está preso há um ano e 11 meses e vai cumprir mais 43 anos de reclusão. A juíza tinha 45 anos e integrou a Magistratura do Estado por 15 anos.

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