Ex-secretário de Segurança defende revisão dos efeitos das operações policiais no Rio

Cerca de 15 criminosos atacaram a tiros a delegacia de Campos Elíseos, em Duque de Caxias

Por Maria Eduarda Vieira

Ex-secretário de Segurança defende revisão dos efeitos das operações policiais no Rio
Delegacia de Campos Elíseos, em Duque de Caxias
Reprodução

O ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva, afirma que é necessário rever os efeitos das operações policias no Rio de Janeiro. A declaração foi dada durante entrevista a Rádio BandNews FM nesta segunda-feira (17). 
 
No último sábado (15), o Rio registrou mais um episódio de violência. Cerca de 15 criminosos atacaram a tiros a delegacia de Campos Elíseos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, após a instituição prender o chefe do tráfico de drogas da comunidade Vai Quem Quer. 
 
Durante entrevista sobre a segurança pública no estado, o coronel José Vicente da Silva apontou que os efeitos colaterais das operações não podem atingir inocentes. 

É preciso rever essas remédios das operações, porque o custo dele é alto. E o secretário assumiu recentemente, aposentado da Polícia Federal, me fala uma batatada do tipo, precisamos acostumar com a ideia de efeitos colaterais como a morte de enocente. Ora essa, então aquela menininha de 8 anos, Agatha Felix, que morreu com um tipo de fusil dentro de uma compra, numa comunidade, em 2019, é um belo efeito colateral da ação policial?

Questionado sobre a atuação do Governo Federal, o ex-secretário explicou que além de atuar na coordenação das ações em âmbito nacional, há dois braços na força policial: a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Dentre as atribuições, estaria o controle da entrada de armas e drogas nas fronteiras do país. Porém, de acordo com o coronel José Vicente, a Polícia Federal não está atuando para impedir que os materiais entrem no Brasil. 

Mas a Polícia Federal, se você perguntar qual a estratégia nacional que eles têm para o enfrentamento do clima organizado? Não tem. O que foi feito, afinal de contas, para mitigar, palavrinha bonita, para reduzir o máximo possível a entrada de drogas, armas, munições, contrabandos, que entram pela fronteira, é problema federal.

O ex-secretário nacional de segurança pública também apontou a corrupção dos policiais do Rio de Janeiro como um dos motivos que agravam a insegurança pública no estado. 
 
No episódio do último sábado, a delegacia foi atacada após uma ordem do criminoso Joab da Conceição Silva, um dos chefes da favela, para tentar resgatar os comparsas. No entanto, eles já tinham sido transferidos para a Cidade da Polícia, na Zona Norte. A Polícia Civil já solicitou a transferência da dupla para um presídio federal. 
 
Após o confronto, dois dos quatro policiais que trabalhavam no local ficaram feridos e foram socorridos para o Hospital Adão Pereira Nunes, na mesma região. 
 
Em 2025, segundo o Instituto Fogo Cruzado, 23 agentes de segurança foram baleados na Região Metropolitana do Rio. 

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