Facção organiza ações criminosas como "represálias" ao trabalho das forças de segurança no RJ

A informação é exclusiva dos relatórios de inteligência da Polícia Civil

Por Clara Nery

Facção organiza ações criminosas como "represálias" ao trabalho das forças de segurança no RJ
Um dos padrões observados é a destruição da carga
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Relatórios de inteligência da Polícia Civil revelaram que a cúpula do Comando Vermelho está organizando ações criminosas como "represálias" ao trabalho de asfixia financeira desenvolvido pelas forças de segurança.

Dados de um monitoramento realizado pela instituição, através de gravações e áudios, indicam que a facção se mobilizava para realizar vários roubos com o objetivo de atrapalhar as operações policiais e gerar números negativos em relação a índices de segurança pública.

Um dos padrões observados é a destruição da carga. Um dos exemplos apontados foi um carregamento de remédios roubado no bairro Patronato, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. A área é dominada pelo Comando Vermelho. 

A reportagem da BandNews FM teve acesso a imagens das cargas completamente destruídas e abandonadas.

No último ano, a Policia Civil intensificou operações e investigações de combate ao roubo, furto e receptação de veículos e de cargas, bem como aos esquemas de lavagem de dinheiro e à "caixinha" do tráfico que beneficia parentes de faccionados, estejam eles presos ou em liberdade.

A Operação Torniquete", que já prendeu mais de 350 e recuperou 278 veículos avaliados em cerca de R$ 21 milhões e cargas de aproximadamente R$ 6 milhões.

Segundo a Policia Civil, o roubo de carros representa uma das principais fontes de receitas das facções, responsáveis por cerca de 80% dos crimes. Os veículos são clonados ou desmanchados, sendo vendidos em sua totalidade ou em partes em diversos estados.

Com os valores obtidos, as organizações criminosas se armam para cometer outros crimes e ainda financiam as disputas territoriais.

Uma nova prova obtida pelas forças de segurança é de ações ordenadas por Luiz Claudio Machado, o Marreta, uma das principais lideranças da facção, mesmo dentro de um presídio federal. Ele estaria articulando a compra de pelo menos 20  fuzis junto a outros integrantes da organização criminosa, entre eles "Claudinho CL" e  "Marcinho VP".

Através de conversas interceptadas em setembro de 2023, a Polícia Penal Federal, verificou que o custodiado, manteve conversas e deu diversas ordens a outros integrantes.

No registro, Marreta manifesta a vontade de retornar para o Sistema Prisional Fluminense e, diante do afrouxamento das regras no local, comandar e coordenar com mais facilidade atividades criminosas através do Comando Vermelho, com aquisição de armas que, como o próprio custodiado afirma, inicialmente seriam fuzis AR15 e RUGER e, posteriormente, maiores calibres, para o domínio e expansão territorial.

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