A Faetec afirma que os estudantes da Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena vão estudar, provisoriamente, no prédio do antigo Liceu de Artes e Ofícios, no Centro do Rio. O início das aulas está previsto para a próxima semana.

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1930, o casarão onde nasceu Barão do Rio Branco e que hoje abriga a escola foi interditado pela Defesa Civil Municipal no início do mês.

Os técnicos constataram que o prédio está em péssimo estado de conservação e com rachaduras de diferentes padrões. Os alunos denunciam que eram obrigados a estudar em meio a goteiras, infiltrações e mofo. Os problemas na estrutura também fizeram as portas das salas começarem a empenar e algumas já não fechavam mais.

A Faetec diz que a decisão de transferir as aulas para o Liceu foi aceita pela comunidade escolar. Alunos contaram à BandNews FM que aprovam a iniciativa, mas nem sequer haviam sido avisados.

Nesta sexta-feira (24), as comissões de Cultura e de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Rio realizaram uma audiência pública sobre a situação da escola.

Durante a audiência, a presidente da Faetec, Caroline Alves, afirmou que o contrato para uso do prédio do Liceu já foi assinado.

O diretor da unidade, Rodrigo Marconi, disse que soube da assinatura do contrato apenas na sexta-feira (24) e exigiu a apresentação de um cronograma claro das intervenções, para que seja possível planejar de maneira adequada as atividades letivas.

Professora e ex-aluna da escola, Alessandra Lima pediu dignidade aos alunos e docentes.

Antes da interdição total do casarão, o local já tinha sido vistoriado e interditado parcialmente em fevereiro e em novembro do ano passado, mas não houve melhorias desde então.

A Escola Martins Pena foi fundada em 1908 e é considerada a primeira escola pública de teatro da América Latina. O nome homenageia Luís Carlos Martins Pena, um dos principais dramaturgos do país.

Em nota, a Faetec disse que os alunos do último período estão tendo aula regularmente e os demais vêm assistindo aulas remotas das disciplinas teóricas, o que os estudantes negam.

A instituição também afirma que as obras nos espaços não tombados começaram no dia 13 e devem ser concluídas em 60 dias úteis. Já as intervenções da área tombada ainda dependem de um estudo que está sendo contratado.

Segundo o cronograma do Iphan, as obras de recuperação do casarão podem levar até um ano e meio. A escola tem um projeto de reforma elaborado desde 2014.