Depois de dois anos de pandemia, a falta de condições logísticas e de infraestrutura estão entre os principais desafios para recuperação da aprendizagem nas redes municipais de ensino.
É o que revela a oitava pesquisa realizada pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Itaú Social.
Entre os problemas citados estão as dificuldades de transporte escolar dos estudantes e de alimentação adequada para a realização de atividades presenciais no contraturno, além da falta de conectividade para realizar atividades remotas. Ainda segundo o estudo outros desafios de planejamento incluem a participação das famílias e a motivação de estudantes e professores.
Para a oficial de educação do UNICEF no Brasil, Julia Ribeiro, além do planejamento das secretarias é fundamental que haja um esforço e acompanhamento coletivo.
A nutricionista Aline Monteiro, por exemplo, passou a ajudar a filha com as tarefas escolares em casa.
Para apoiar as escolas na oferta de ensino, as redes têm utilizado diferentes estratégias, mensais ou bimestrais, de acordo com o estudo. Entre elas está a busca ativa para enfrentar a evasão escolar, hoje realizada por 87% das redes que responderam a pesquisa.
Além disso, 79% dizem estar implementando atividades para estudantes que apresentam mais dificuldades de aprendizagem e 76% afirmam fazer acompanhamento individual de professores.
A maioria das redes também afirma estar ofertando educação totalmente presencial nas diferentes etapas de ensino, com adesão total ou quase total dos estudantes.
Uma exceção é a educação de jovens e adultos. Quase 15% das redes afirmam ter apenas metade ou menos da metade dos alunos frequentando as aulas presenciais.
O estudo também mostra que a prevenção da covid-19 continua fazendo parte da rotina de escolas.
O levantamento ouviu entre 19 de julho e 9 de agosto deste ano, 3.245 Secretarias Municipais de Educação com o objetivo de coletar sistematicamente dados sobre como têm sido o planejamento e a oferta de educação para este ano. A pesquisa contempla respostas de 62% do total de municípios brasileiros, o que representa mais de 14,2 milhões de matrículas.