Familiares do adolescente que morreu após ser baleado no Morro do Juramento, na Zona Norte do Rio, afirmam que ele estava caçando passarinho na mata quando foi atingido por criminosos. O episódio ocorreu na tarde de quinta-feira (21).
Kaio Souza completou 15 anos na semana passada. Segundo a família, ele não tinha qualquer envolvimento com o tráfico e sonhava em ser veterinário.
O corpo dele foi retirado da área de mata pelo próprio pai, com a ajuda de outros moradores. Na manhã desta sexta-feira (22), a família foi ao Instituto Médico Legal fazer a liberação do corpo. Leonardo Reis diz que quer justiça pela morte do filho.
O jovem estava com o irmão menor e carregava uma gaiola quando encontrou os bandidos em meio à vegetação. De acordo com a família, o irmão conseguiu fugir, mas Kaio acabou atingido três vezes. Um dos disparos acertou a cabeça.
A tia dele, Isabel Souza, desabafou sobre a rotina de violência.
O tio de Kaio, Jorge Luiz Filho, contou que o sobrinho era muito estudioso e não estava na escola no dia porque
Kaio deve ser enterrado neste sábado (22), no cemitério de Inhaúma, na Zona Norte. Ele é o vigésimo oitavo menor de idade morto baleado neste ano, segundo o Instituto Fogo Cruzado.
A Escola Municipal Bolívia, em Vicente de Carvalho, prestou solidariedade aos familiares por meio de uma rede social, destacando que a tristeza é muito grande e que todos querem guardar a imagem de Kaio como um aluno feliz.
Uma ex-professora dele também postou um relato emocionado e disse que o aluno perdeu a vida em meio a uma guerra insana. Na publicação, ela questiona quantos mais vão morrer devido à violência.
A Polícia Civil investiga o caso. A Delegacia de Homicídios da Capital afirma que vai ouvir parentes e testemunhas para tentar identificar o autor do crime. Como o caso ocorreu em uma área de mata e o corpo foi retirado pelos moradores, não foi realizada perícia no local.
A região vive uma disputa entre traficantes rivais. Segundo moradores, criminosos da Serrinha tentam invadir o Morro do Juramento. Após o tiroteio, a Polícia Militar reforçou o policiamento. Vídeos gravados por moradores mostram um caveirão da corporação circulando pela comunidade.