A família do ex-vereador Zico Bacana, morto nesta segunda-feira (7) em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, afirma que o político e parentes já vinham sendo alvo de ameaças nos últimos meses.
Além do ex-parlamentar, o irmão dele, Jorge Barbosa Tavares, e uma pessoa identificada como Marlon Correia dos Santos, que seria segurança dele, também morreram. Eles estavam em uma padaria quando foram atacados a tiros.
Nesta terça (8), a sobrinha de Zico e filha de Jorge, Joyce Tavares, esteve no Instituto Médico-Legal. Ela disse que os dois foram assassinados por traficantes que atuam na região.
Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana, foi baleado na cabeça. Ele chegou a ser levado para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste, mas não resistiu aos ferimentos. Ele era policial militar. A Polícia Civil investiga o caso.
No IML, a sobrinha do ex-vereador Joyce Tavares falou das ameças que ela e outras pessoas da família vinham sofrendo por causa da atuação de Zico Bacana no local.
O ex-vereador foi um dos alvos de uma investigação contra a atuação de um grupo paramilitar da Zona Oeste e também foi citado na CPI das Milícias. O político foi um dos parlamentares ouvidos pela Polícia Civil em abril de 2018 durante o início das investigações sobre as mortes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Na ocasião, Zico negou em depoimento que tivesse algum atrico Marielle e disse que a conheceu na Câmara dos Vereadores. O político afirmou ainda que, apesar de não possuir nenhuma relação mais próxima com ela, a vereadora "usava a palavra para atacar as instituições governamentais, sobretudo, a Polícia Militar".
Segundo ele, Marielle se posicionava contra a maneira que a PM agia em alguma situações, as considerando arbitrárias. Ele citou como exemplo um discurso da vereadora sobre o caso estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, morta na quadra de uma escola em Acari, na Zona Norte.
No depoimento, o ex-parlamentar disse que soube da morte da colega de Casa por meio de um grupo no WhatsApp e que no dia do crime havia deixado a Câmara por volta de 18h, para ir a um restaurante. De lá, ele foi para a casa da família assistir a um jogo do Flamengo disputado na data.
Aos investigadores, Zico também disse que soube pela imprensa que na semana do homicídio que Marielle havia acusado policiais militares de terem agredido um jovem em Acari.
A Polícia Civil não apontou nenhum indício de relação dele com o crime.