Funcionários da Cidade das Artes não cumprem funções ou carga horária

Prefeitura do Rio gasta cerca de R$ 100 mil todo mês para pagar essas pessoas

Por Carlos Briggs

A Prefeitura do Rio desembolsa cerca de R$ 100 mil todo mês só para pagar funcionários que não cumprem carga horária ou sequer desempenham funções na Cidade das Artes.

Entre os maiores salários está o da nora da vereadora Rosa Fernandes, uma apoiadora histórica do prefeito Eduardo Paes.

Heloíse Armada é casada com Pedro Fernandes, que chegou a ser preso quando era secretário estadual de Educação, no governo de Wilson Witzel. Ele foi acusado pelo Ministério Público do Rio de chefiar uma organização criminosa enquanto esteve à frente da secretaria estadual de Tecnologia e Desenvolvimento Social, nos governos Cabral e Pezão.  

A nora da vereadora Rosa Fernandes é proprietária do escritório de advocacia Heloíse Armada. Nas redes sociais, a advogada expõe a rotina de trabalho, mas não há qualquer publicação sobre as funções desempenhadas na Cidade das Artes, onde recebe aproximadamente vinte mil reais de salário.

Sem saber que estava sendo gravada, Heloíse Armada Fernandes confirmou que atende no escritório às terças e quintas e que nos outros três dias da semana faz visitas a clientes.

Quem também tem um cargo dentro da Cidade das Artes é Bárbara Carvalho Machado. A funcionária é esposa do coordenador geral de Recursos Humanos da Subsecretaria de Gente e Gestão Compartilhada, Anderson Ferraz Carneiro. Bárbara recebe cerca de sete mil reais por mês, mas atua como maquiadora autônoma. Sem saber que estava sendo gravada, ela afirmou que pode atender clientes em qualquer dia... e horário.

As indicações políticas envolvem procuradores e até o secretário estado da Casa Civil na gestão Cabral, Régis Fichtner, que chegou a ser preso em desdobramento da Operação Lava Jato acusado de lavagem de dinheiro e corrupção no Governo do Estado.  

A reportagem da BandNews FM ouviu funcionários lotados na Cidade das Artes. Quem trabalha por lá garante que o órgão é usado como cabide de emprego. As pessoas tiveram as identidades preservadas e as vozes distorcidas.

A Cidade das Artes informou que os funcionários citados ocupam cargos estratégicos dentro da estrutura organizacional da instituição. Heloise Armada, a nota alegou que ela é responsável pela assessoria jurídica do órgão e Bárbara Carvalho, funcionária de carreira que faz parte da equipe de eventos.  

O comunicado acrescenta que todos são capacitados para os cargos que ocupam e cumprem com o trabalho. Por fim, de acordo com a direção da Cidade das Artes, não há impedimento para que os funcionários realizem outro tipo de trabalho, desde que não prejudique o desempenho da função no cargo ocupado.

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