Em 2023, o furto de cabos foi um dos assuntos que mais dominaram o noticiário da BandNews FM. E os impactos desse crime foram sentidos, principalmente, pelos motoristas e pedestres que circulam pelas ruas do Rio todos os dias.
Ao longo deste ano, mais de 700 quilômetros de cabos foram furtados. Com essa quantidade seria quase possível, por exemplo, fazer uma viagem de ida e volta até São Paulo. Juntas, as concessionárias Light, RioLuz e Cet-Rio, que atendem ao município e ao estado, acumularam um prejuízo de mais de R$ 20 milhões.
Esse valor é praticamente o que a Prefeitura do Rio gastou para reformar o Túnel Noel Rosa, em Vila Isabel, que liga bairros da Zona Norte. A iluminação era a principal reclamação dos motoristas, o que gerava insegurança por quem passava pelo local.
Mas, poucos meses após a entrega, o túnel voltou a ser alvo dos criminosos, um prejuízo que custou aos cofres públicos mais de R$ 700 mil. Além disso, a Grande Tijuca se tornou um desafio para as autoridades, já que a região concentra os maiores índices de furtos do Rio
Considerado um material nobre e excelente condutor de energia elétrica, o cobre entrou na mira de bandidos. E a facilidade de venda desse tipo de material motivou, inclusive, a especialização de quadrilhas na prática desse crime. Em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, criminosos adaptaram o fundo de um carro.
Os bandidos posicionavam o veículo em cima de bueiros e, com o fundo removível, eles conseguiam acessar às galerias subterrâneas para furtar a fiação. E a rota de todo esse material já tinha um destino certo: os ferros-velhos.
De acordo com o secretário municipal de Ordem Pública do Rio, Brenno Carnevale, boa parte dos ferros-velhos estão localizados em áreas conflagradas pelo crime, o que demanda uma operação de inteligência e o apoio das forças de segurança.
Durante as ações, foram apreendidas mais de 385 toneladas de cobre em mais de 200 ferros-velhos e empresas recicladoras. Mais de 80 suspeitos de receptação também foram presos.
Para 2024, uma das medidas adotadas pela Prefeitura do Rio para minimizar o índice de furtos é a instalação de GPS em equipamentos públicos. Na primeira fase, 50 deles já receberam o aparelho. Agora, além de monitorar a rota dos criminosos, ações de repressão podem ser feitas com mais velocidade.
