O Governo do Rio afirma que para chegar um diagnóstico do crime no Rio, é necessário que entender primeiro como funciona a economia da criminalidade, uma vez que a droga, segundo as investigações, não é mais o foco.
Segundo as forças de segurança, os criminosos agora utilizam serviços de fornecimento de água, luz, gás, transporte alternativo, internet e tudo mais que possa ser explorado.
A afirmação foi dada durante entrevista coletiva após ação da Polícia Civil no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, nesta segunda-feira (9). Uma mulher morreu após ser atingida por uma bala perdida. Ela chegou a ser socorrida e levada para a UPA da Vila do João, mas não resistiu.
Além disso, dois suspeitos também morreram, outras três pessoas ficaram feridas, dentre elas, dois suspeitos, e dez pessoas foram presas. Os agentes apreenderam 6 fuzis, 2 pistolas, 2 granadas, munições, 150kg de drogas e quase 70 veículos frutos de roubo. Foram encontrados também um ponto de desmanche de carros e outro, onde eram realizadas as clonagens dos veículos.
De acordo com informações da polícia, a estratégia utilizada pelos criminosos é de atirar em inocentes para desestabilizar a ação da polícia. Na ação de hoje, os bandidos desfizeram o local onde os moradores foram baleados, mas a corporação garantiu que será realizada perícia.
Durante a manhã, um tiroteio fez com que motoristas descessem dos carros na Linha Vermelha, uma das principais vias expressas da cidade e que passa pelo conjunto de favela, para buscar proteção na mureta da via.
Um helicóptero da instituição deu rasantes na região e tiros foram disparados na direção dos policiais. O registro foi feito por moradores da região que estavam em uma festa de forró na comunidade.
Na Linha Amarela, que liga as Zonas Norte e Oeste, o trânsito no trecho da Maré chegou a ser interditado pela Polícia. A Avenida Brasil também chegou a ser fechada.
Segundo o delegado Mauro Cesar, os bandidos do Comando Vermelho baseados na Maré recebem ordens de chefes do tráfico da facção no Complexo da Penha, também na Zona Norte, e montam todo o apoio logístico para crimes que são cometidos na capital e na Região Metropolitana.
Ainda segundo a Polícia Civil, os roubos de cargas e carros servem para os criminosos criarem uma caixinha do tráfico. O dinheiro financia a compra de armamento, munição e garante o pagamento de uma "mesada" aos parentes de presos e dos chefes do grupo.
Policia Civil
Elinaldo Bonfim