Os moradores e frequentadores de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, denunciam o sumiço das grades de ferro da mureta histórica que fica em frente ao Colégio Pedro II. A estrutura é do começo do século XX e vem sofrendo com os furtos das peças de metal e com a depredação das partes feitas de pedra.
O caso mais recente aconteceu na madrugada de terça-feira (27) e foi flagrado por uma câmera de segurança da Prefeitura. Nas imagens, é possível ver três pessoas. Uma arranca um dos postes característicos do local, enquanto outras duas empurram a grade de ferro até derrubar a estrutura.
Iara Brum é motorista de transporte escolar e diz que os furtos de partes da mureta são frequentes.
Essa não é primeira vez que ouvintes da BandNews FM alertam para o descaso com a estrutura histórica. A Ana Beatriz Carvas trabalha em São Cristóvão e procurou a rádio preocupada com o abandono da mureta. Ela conseguiu fotos de 1906, época em que a estrutura foi inaugurada. Ela conta que fica impressionada com a situação atual da mureta.
Pelos menos dez trechos da mureta já estão sem a grade de ferro. Além disso, vários postes que faziam parte da estrutura original já foram arrancados.
A aposentada Sandra Viana leva a neta para o colégio Pedro II todos os dias e afirma que está preocupada com a segurança dos alunos.
No local ainda existe uma escadaria toda em pedra que está coberta de fuligem. O cheiro de urina no local também é muito forte.
A reportagem aguarda posicionamento da Polícia Civil.
A Secretaria Municipal de Conservação disse que a Gerência de Monumentos e Chafarizes já fez um levantamento de todo o trecho danificado da mureta histórica de São Cristóvão e está em fase de elaboração de orçamento para executar a recuperação da peça. A Conservação também sinalizou o local, de forma a garantir a segurança de quem circula por ali.
Já a Polícia Militar disse que vem empregando policiamento na área e que, segundo dados do Instituto de Segurança Pública, houve queda de 26% no total de furtos e de 53% nos roubos de rua na região nos cinco primeiros meses de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado.