Três novos índices do IBGE mostram que houve queda acentuada da pobreza e da vulnerabilidade no Brasil no período compreendido entre os anos de 2008 a 2009 e 2017 a 2018. Em geral, os números recuaram em todas as regiões do país e apresentaram queda em todas as parcelas da população.
É o que aponta o estudo: Evolução dos Indicadores não Monetários de Pobreza e Qualidade de Vida no Brasil, divulgado pelo IBGE, pela primeira vez, como forma experimental, nesta sexta-feira (25).
Foram avaliados itens como moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde e alimentação, educação, acesso aos serviços financeiros, padrão de vida, transporte e lazer. Diretor do FGV Social, Marcelo Neri explica que esses índices complementam a avaliação tradicional, feita por renda.
Em relação à situação de pobreza, houve uma queda de quase 30 pontos porcentuais entre as duas edições da pesquisa. Entre 2008 e 2009, cerca de 44% da população do país tinham algum grau de pobreza não monetária multidimensional. Na edição seguinte, o porcentual baixou para cerca de 22%. Sobre a vulnerabilidade, o porcentual também diminuiu. Em 2008, quase 82% viviam nesse cenário. Em 2017, quase 64%.
Apesar da queda de 65% no Índice de Pobreza Não Monetário em todo o país, ao longo dos anos, segundo o gerente da pesquisa, Leonardo Oliveira, a desigualdade permanece presente em alguns grupos, ainda que com registro de redução.
No que diz respeito às regiões, houve maior queda da pobreza no Sul. Já o Norte e Nordeste tiveram os maiores índices verificados. ((Nas duas edições do lecvantamento, o Nordeste contribuiu com mais da metade da taxa de perda de qualidade de vida no país.)) Quando o recorte é sobre raça ou cor, o IBGE verificou que a queda da pobreza foi menor entre as famílias de pessoas pretas ou pardas na comparação com as famílias de brancas.