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IBGE: com expansão do Bolsa Família, desigualdade permanece em mínima histórica

Apesar dos resultados apontarem que a desigualdade continua acentuada no país, houve crescimento de 12,6% na renda dos 40% mais pobres no ano passado na comparação com 2022

Por Pedro Dobal

IBGE: com expansão do Bolsa Família, desigualdade permanece em mínima histórica
IBGE: com expansão do Bolsa Família, desigualdade permanece em mínima histórica
Marcello Casal Jr | Agência Brasil

A renda média da parcela mais rica da população brasileira é 39 vezes maior do que a da população mais pobre. Enquanto 1% tem o rendimento médio por pessoa estimado em R$ 20.664, a renda de 40% da população é de apenas R$ 527 por mês.

O índice de Gini, que mede a desigualdade na distribuição de renda na população, permaneceu em 0,518 em 2023  e repetiu o menor patamar da série histórica. Quanto mais próximo de 1 for o indicador, maior a desigualdade.

Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (19) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a PNAD Contínua.

Apesar dos resultados apontarem que a desigualdade continua acentuada no país, houve crescimento de 12,6% na renda dos 40% mais pobres no ano passado na comparação com 2022.

Ao considerar toda a população, o rendimento médio mensal chegou a R$ 1.848 por pessoa, uma alta de 11,5% (onze e meio porcento). O Centro-Oeste foi a região com o maior crescimento na renda. Já o Nordeste teve o aumento mais tímido.

Segundo o analista da pesquisa, Gustavo Fontes, a melhora é explicada pela recuperação do mercado de trabalho no período e pela expansão do Bolsa Família.

A pesquisa revela que a proporção de domicílios do país com algum beneficiário do Bolsa Família saltou de quase 17% em 2022 para 19% em 2023.

O diretor-executivo da ONG Ação da Cidadania, Kiko Afonso, defende que os programas de distribuição de renda sejam tratados como políticas de Estado, garantindo que elas tenham continuidade ao longo de diferentes governos.

Ainda de acordo com o IBGE, 64,9% da população tem algum tipo de rendimento. O trabalho é a fonte de renda de 46%, enquanto 26% dependem de outras fontes, como aposentadoria, pensão, aluguel e os programas sociais.

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