Os índices de pobreza no Brasil atingiram níveis recordes em 2021. Segundo dados divulgados, nesta sexta-feira (2), pelo IBGE, no ano passado, mais de 60 milhões de brasileiros estavam na linha da pobreza. Desse total, cerca de 17 milhões viviam em situação de extrema pobreza.
De acordo com o Instituto, considerando as linhas propostas pelo Banco Mundial, entre 2020 e 2021, o contingente abaixo da linha da pobreza, ou seja, aquele com renda per capita de R$ 486,00 mensais, cresceu cerca de 22%. Já o número de pessoas que viviam na extrema pobreza, com renda de até R$ 168,00, aumentou quase 50%.
Além disso, no ano passado, mais de 60% das pessoas que viviam em lares chefiados por mulheres, sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos, estavam abaixo da linha da pobreza. Foi registrado recorde, inclusive, na porcentagem de adolescentes dessa faixa etária abaixo da linha: mais de 45%. Esse é o maior índice da série histórica, iniciada em 2012.
De acordo com o gerente da pesquisa, João Hallak, os dados podem auxiliar os governos na implementação de políticas públicas.
Há mais de 40 anos, a perita digital Brigith Melo realiza o "Sopão dos Amigos Anônimos", que distribui mensalmente mais de 300 quentinhas, além de canjica, sucos e água. O trabalho começou quando ela ainda era criança e usava a própria mesada para ajudar aqueles que estavam em situação de rua.
Brigith conta que é comum ver pessoas que estão há mais de três dias sem comer. Outras, mesmo empregadas, não conseguem sustentar a família.
Segundo o IBGE, Nordeste e Norte são as regiões que tinham maiores proporções de pessoas pobres na população. O menor porcentual foi registrado no Sul.