Até o fim do século a incidência de raios no Brasil deve ter um aumento de 40%, segundo pesquisas do Instuto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Um levantamento do Inpe mostrou que, nos dois primeiros meses de 2022, houve aumento de 29% no registro de raios ante igual período em 2021. Nesses meses, o Brasil estava sob efeito do La Niña, menos potente que o El Niño. Assim, o Inpe acredita que novos eventos podem ser mais acentuados.
No último domingo, um guia turístico morreu ao ser atingido por uma descarga elétrica Pedra da Gávea, na Zona Sul do Rio. Leilson Souza, de 36 anos, guiava um grupo no local. O momento exato da queda do raio sobre Leilson foi flagrado pela turista Carlla Araujo, de Mato Grosso.
Com 844 metros de altitude, a pedra é procurada por praticantes de montanhismo e turistas. A tragédia ocorreu em um trecho conhecido como "cadeirinha", que possui precipícios maiores que 200 metros. O mau tempo era visível nas imagens registradas por Carlla.
A morte do guia turístico se soma a outras duas que ocorreram no ano de 2023. Com isso, o ano registra recorde nas mortes junto a 2013, que também registrou 3 mortes no agregado.
A escalada de eventos como o que vitimou Leilson tem chamado a atenção de membros do Inpe. O coordenador do Elat, Osmar Pinto Junior, atribui o cenário às mudanças climáticas.
"Com o aquecimento do planeta, nós devemos ter um aumento da incidência de raios nas próximas décadas. As temperaturas maiores favorecem maior quantidade de umidade na atmosfera, o que facilita a ocorrência do fenômeno", diz.
No temporal do último sábado (18) no Rio de Janeiro, cinco raios caíram a cada minuto na cidade. Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), vinculado ao Inpe, 1.255 raios foram registrados na capital, das 17 horas às 21 horas daquele dia.
Saiba o que fazer para evitar incidentes
Segundo o Inpe, algumas medidas podem ser tomadas para evitar os incidentes. Entre elas:
• Entre em um veículo não conversível e feche as portas e vidros, evitando contato com a lataria
• Entre em moradias ou prédios, mantendo distância das redes elétrica telefônica e hidráulica, de portas e janelas metálicas
• Entre em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis