Puxada pelas passagens aéreas, a prévia da inflação acelera e fica em 0,40% em dezembro. Com o resultado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) fechou o ano com alta de 4,72%. Essa é a menor variação desde 2020. A taxa está abaixo do teto da meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,75%.
O chamado IPCA-E (especial), formado no IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 0,94% para o período de outubro a dezembro.
Entre os nove grupos pesquisados, sete registraram alta em dezembro. O grupo de Transportes foi responsável pela maior variação (0,77%) e o maior impacto. Entre as altas, para além das passagens aéreas, destaque para os subitens táxi e ônibus urbano.
A cada dia que passa eu faço uma busca na internet de passagens, deixo os alertas ligados para qualquer promoção mas são cada vez mais escassas as promoções de passagens. - Diz a analista de transportes Melissa Corrêa
Nos combustíveis, que também integram Transportes, houve queda nos preços do óleo diesel, etanol e gasolina, enquanto o gás natural veicular teve alta.
O segmento de Alimentação e bebidas registrou crescimento de 0,54%. Contribuíram para o resultado as altas da cebola, da batata-inglesa, do arroz e das carnes. Por outro lado, caíram os preços do tomate e do leite longa vida. Repetindo o repique do mês anterior, a alimentação fora do domicílio acumula alta de 0,22% em dezembro.
É uma alta muito baixa para os padrões do grupo alimentação. Isso significa que a alimentação foi uma âncora importante para 2023 e ela foi a segunda classe de despesa a registrar menor número em 12 meses, fora artigos de residência. - Destaca o coordenador dos índices de preços do FGV IBRE, André Braz.
O IBGE destaca ainda o grupo de Habitação, que teve alta puxada pelo crescimento dos valores das taxas de água e esgoto nos estados brasileiros.
Parâmetro utilizado pelo mercado financeiro para indicar o porcentual de itens que subiram, o chamado índice de difusão subiu de 54,8% para 55,9%.