Notícias

Inflação da população mais pobre foi a única que cresceu em dezembro

O aumento no preço dos alimentos foi o que mais pesou para esse segmento da população

Pedro Dobal

No segmento de renda muito baixa, a inflação teve alta de 0,65% para 0,74%
No segmento de renda muito baixa, a inflação teve alta de 0,65% para 0,74%
Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A inflação só não desacelerou para a faixa de renda dos mais pobres em dezembro do ano passado. A informação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

No segmento de renda muito baixa, com rendimento domiciliar menor que R$ 1.800, a inflação teve alta de 0,65% para 0,74% na passagem de novembro para dezembro, enquanto em todos os demais níveis houve redução da taxa na comparação entre os dois meses.

Na avaliação da técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Maria Andréia Lameiras, o aumento no preço dos alimentos foi o que mais pesou para a parte mais pobre da população.

Embora tenha ocorrido uma melhora no desempenho dos alimentos no domicílio em 2021, este segmento ainda influenciou de forma significativa a inflação, especialmente para as camadas de renda mais baixa.

A diarista Dora Brandão conta que tenta economizar esperando as promoções dos supermercados e substituindo alimentos.

Em dezembro, o maior índice foi registrado na faixa de renda mais alta: 0,82%. Apesar disso, houve uma redução na taxa quando comparado ao resultado de novembro, com inflação de 1,02%.

No acumulado de 2021, todas as faixas de renda apresentaram forte aceleração em relação ao ano anterior. No entanto, as famílias de renda média-baixa e renda média foram as que registraram as altas inflacionárias mais expressivas, com taxas de 10,4% e 10,3%.

Para as famílias de renda mais baixa, a maior pressão veio do grupo habitação, influenciado pelos aumentos da energia elétrica e do gás de cozinha. Já para o segmento de renda mais alta, o maior impacto veio do grupo transportes, devido ao reajuste dos combustíveis.