Inquérito que apura morte de bombeiro por motorista de ônibus deve ser concluído

Para os investigadores da Delegacia de Copacabana, Valdir das Mercês Junior, de 28 anos, usou o veículo como uma arma

Por Thuany Dossares

A Polícia Civil espera ter um parecer até a próxima semana  Reprodução
A Polícia Civil espera ter um parecer até a próxima semana
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A Polícia Civil espera concluir na próxima semana o inquérito que investiga o caso do motorista de ônibus que foi preso por atropelar e matar o bombeiro militar aposentado Gilson Castro Silva na madrugada de Réveillon, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. 

Para os investigadores da Delegacia de Copacabana (12ª DP), Valdir das Mercês Junior, de 28 anos, usou o ônibus como uma arma. Gilson vai ser enterrado nesta quarta-feira (4), no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte.

Em novas imagens divulgadas, é possível ver o momento que o motorista passa por cima do homem e o arrasta por alguns metros com a cabeça presa a roda. No vídeo, é possível ouvir o apelo de pedestres para que ele parasse. 

Os policiais analisaram que Gilson estava no campo de visão de Valdir. O militar estava na frente do ônibus, colado ao para-brisas do veículo. Os agentes apuraram que a vítima estava apenas alcoolizada e brincando com os amigos que o ônibus não iria passar. 

O sobrinho do bombeiro, Alber Martins da Cruz, diz que a família quer justiça e endossa o parecer da Polícia de que o motorista usou o veículo como uma arma. 

Os policiais já tinham concluído que Valdir tinha mentido em depoimento e o prenderam por homicídio doloso qualificado, quando há intenção de matar. 

O irmão do bombeiro militar aposentado, José Castro Silva Filho, lamenta a perda e diz que o motorista poderia ter chamado a polícia para retirar o irmão dele do caminho. 

Inicialmente o caso havia sido registrado como homicídio culposo, sem intenção de matar, porque o acusado tinha declarado na delegacia que só acelerou quando teve a certeza que Gilson não estava mais na frente do veículo. 

No entanto, após a análise de câmeras que flagraram o atropelamento e depoimento de testemunhas os agentes não tiveram dúvidas que Valdir teve a intenção de matar o bombeiro ou que, minimamente, assumiu o risco de matar. 

No depoimento, prestado poucas horas após o crime, o motorista de ônibus afirmou que Gilson permaneceu aproximadamente um minuto na frente do veículo e caminhou para o lado esquerdo do ônibus em direção a calçada. 

Segundo Valdir, logo depois disso, ele olhou atentamente pelos retrovisores e quando teve certeza que Gilson não estava ao alcance veículo, acelerou o veículo lentamente e sentiu um peso na direção quando escutou populares pedindo que ele desse ré, e que teria sido neste momento que ele viu a vítima caída no chão.

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