Insegurança: alunos de escolas da Maré têm aulas remotas nesta sexta-feira

Cerca de 16 mil estudantes na região são afetados pelos confrontos

Por Carlos Briggs

Insegurança: alunos de escolas da Maré têm aulas remotas nesta sexta-feira
Alunos de escolas da Maré vivem constante insegurança
Reprodução

Cerca de 16 mil alunos do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, foram obrigados a ter aulas no ensino remoto nesta sexta-feira (3), dia seguinte a um confronto entre policiais e criminosos. A Secretaria Municipal de Educação autorizou as 40 unidades de ensino que atendem a região a ficarem fechadas. 

Durante a manhã, apenas o Espaço de Desenvolvimento Infantil Armando Sales e o CIEP Leonel Brizola funcionaram de forma presencial. As duas unidades ficam próximas ao Piscinão de Ramos e estão em uma área dominada pela milícia. A EDI é destinada aos alunos da primeira infância, que inclui bebês de 3 meses e crianças com 5 anos.

Segundo a Polícia Civil, agentes realizaram a operação na Maré na quinta-feira (2), para impedir a invasão de uma facção rival no complexo. Quatro pessoas foram presas. Nesta sexta-feira (3), foi realizada uma nova ação, com apoio da Polícia Militar. 

Na tarde desta quinta-feira (2), vídeos de crianças, entre sete e nove anos, deitadas no chão e protegendo umas às outras, viralizaram na Internet. Em uma das imagens, um menino, de aproximadamente seis anos, tampa o ouvido de outra criança, que parece ter a mesma idade, com uma das mãos, durante o tiroteio. Ele tenta fazer com que a menina não escute o barulho dos tiros.

Segundo uma funcionária da unidade, a criança, que teve a identidade preservada, venceu, no dia anterior, a Olimpíada Carioca de Matemática. O pai de um dos estudantes que estavam no meio do fogo cruzado desabafa sobre a violência. Ele teve a identidade preservada e a voz distorcida.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que, também nesta sexta-feira (3), cerca de 2.500 pessoas ficaram sem atendimento, já que a Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva interrompeu o funcionamento para garantir a segurança de pacientes e funcionários. 

Na nota, a pasta esclarece que a clínica acionou o protocolo de acesso mais seguro e, para a segurança de profissionais e usuários, interrompeu o funcionamento. Já o Centro Municipal de Saúde Vila do João e a Clínica da Família Diniz Batista dos Santos mantiveram o atendimento à população. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, foram suspensas.

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