A família de uma das vítimas do deslizamento da Ciclovia Tim Maia, que liga as Zonas Oeste e Sul do Rio, afirma que está com o psicológico abalado após a decisão unânime da Justiça que absolveu os réus no caso. Parte da estrutura cedeu em 2016. Duas pessoas morreram.
Na decisão, de terça-feira (20), a Sexta Câmara do Tribunal de Justiça inocentou os 14 profissionais envolvidos na fiscalização e na execução do projeto. Eles já tinham sido condenados na Primeira Instância a três anos e 10 meses de prisão, mas tiveram a pena convertida em serviços comunitários na época.
A queda de um trecho de 20 metros da estrutura aconteceu três meses após a inauguração da obra.
De acordo com o advogado de defesa dos profissionais, Felipe Maranhão, o deslizamento não podia ser previsto.
Entre as vítimas está Ronaldo Silva. Ele tinha 60 anos e passeava na ciclovia no momento da queda.
Segundo o primo dele, o taxista Ernani Silva, os familiares precisam lidar não só com a saudade, mas também com o psicológico abalado.
Em agosto do ano passado, um relatório técnico divulgado pela Fundação Geo-Rio apontou graves falhas na concretagem da via. O material usado na estrutura ainda foi classificado como ruim em um parecer emitido pela empresa ECR Engenharia.
Um processo licitatório, lançado pela Prefeitura do Rio, está em andamento para serviços de manutenção e preservação da ciclovia, que sofre com a depredação, as marcas do tempo e o risco de novos desabamentos. O valor estimado das ações é de quase R$ 8 milhões e o prazo das obras é de dois anos.