Apesar do bombeamento de 200 mil litros de água da concessionária Iguá para o principal lago do Bosque da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, apenas a recarga de água da chuva deve garantir que o lago volte a ao nível inicial. A avaliação é do ambientalista e membro do conselho do parque municipal, Emanuel Alencar. O lago secou durante intervenções da empresa no local.
Segundo Emanuel, o aporte da Iguá precisa ser feito com muito critério, já que a água colocada no local tem cloro. No entanto, ele ressalta que a medida junto com as chuvas evita a mortandade dos animais que vivem no espaço.
É importante destacar que esse aporte de água no lago principal do Bosque da Barra com 11 hectares tem que ser feito com muito critério, porque é uma água com cloro, é uma água diferente dos padrões da água que tinha o lago, então não é assim, já vai voltando água e resolve o problema. Reforço aqui que apenas com recarga da água de chuva o lago vai voltar ao seu nível inicial, aquele nível de meio metro a um metro de profundidade, aí sim garantindo a vida todos os tipos de espécies de plantas e peixes, anfíbios, comentou Emanuel.
O professor Marcelo Sperli da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio, disse que 200 mil litros de água é insuficiente.
O que nós podemos dizer é que esse volume de 200 mil metros cúbicos equivale praticamente a 200 caixas d'água de mil litros, o que aparentemente é bastante insuficiente. Diria que pelo menos entre 400 e 500 mil litros seria o ideal. E mesmo diante dessa recomposição, dessa água nas lagoas, é importante saber se realmente o lençol freático foi afetado, porque não basta apenas jogar água, é como se tivéssemos colocando água dentro de uma piscina que tem um ralo aberto, disse o professor.
O caso foi denunciado pela reportagem da BandNews FM. Outros lagos do parque sofreram redução do nível da água.
A Iguá realiza obras na Estação de Tratamento de Esgoto do bairro e realizou o rebaixamento do lençol freático, o que, segundo o Instituto Estadual do Ambinente, não foi autorizado.
Na a última quinta-feira, o Ministério Público do Rio solicitou que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a Fundação Rio Águas, o Inea, o Ibama e a Polícia Militar realizem vistoria no local, com o objetivo de verificar a situação atual do espaço.
As entidades devem apresentar, em um prazo de 10 dias, um relatório fotográfico e documentos com as medidas adotadas por cada uma delas.
Em nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informa que foi oficiado pelo MPRJ e que a demanda está sendo analisada pela área técnica e vai ser respondida dentro do prazo estabelecido. Já a Secretaria de Meio Ambiente e Clima disse que tomou conhecimento do ofício, que tembém vai responder via inquérito, dentro do prazo, até o dia 28/10.
A Polícia Militar informou que a Corporação, através do Comando de Polícia Ambiental (CPAm), está à disposição dos órgãos responsáveis para apoiar futuras ações.
Procurados, a Iguá e o Ibama ainda não se manifestaram sobre o assunto.