Um policial militar réu no processo da morte da engenheira Patrícia Amieiro foi apontado pela Polícia Civil como responsável pela morte de um ex-PM e da namorada dele, em função da guerra entre milicianos na Zona Oeste do Rio.
O crime, que aconteceu em 2014, contou com a participação do amigo, o também ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes.
Fábio Santana, conhecido como Fábio Caveira, foi acusado participar da morte do casal, vítimas de mais de 40 tiros. O caso aconteceu na Gardênia Azul, no dia 14 de junho de 2014. Em 2008, Fábio Caveira foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público estadual, por alterar a cena do crime e participar da ocultação do cadáver de Patrícia Amieiro, na época com 24 anos.
A mãe da jovem, Tânia Amieiro, diz que ainda busca forças para a solução de um crime, prestes a completar 16 anos.
A jovem foi assassinada quando voltava para a casa, na chegada à Barra da Tijuca. O carro dela foi metralhado. A investigação apontou que dois policiais fizeram os disparos porque confundiram o carro da jovem com o de um traficante.
O PM foi condenado por fraude processual, junto com o militar Márcio Oliveira dos Santos. Já os policiais Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luis do Nascimento foram absolvidos.
Mas, tanto o advogado dos agentes, como da família Amieiro, recorram da decisão. Diante do recurso e com o caso ainda em aberto, a Justiça do Rio entendeu que ainda há provas suficientes e um novo Júri foi marcado.
A audiência está marcada para acontecer no próximo dia 20, mas as defesas dos policiais entraram com um pedido para adiar o procedimento, que não foi contestado pelo Ministério Público. Uma das preocupações da família Amieiro é com uma eventual prescrição do crime, já que processos de homicídio prescrevem com 20 anos e o caso Patrícia Amieiro está prestes a completar 16 anos.
Um novo julgamento vai contar com o depoimento de uma testemunha chave do caso. Um taxista que procurou a BandNews FM e contou, com riqueza de detalhes, o crime, que presenciou, por estar dirigindo atrás do carro de Patrícia. O motorista também contou o que viu, com detalhe ao Ministério Público, que anexou o depoimento ao processo.
Procurada, a defesa de Fábio Santana informou que o Ministério Público não denunciou o PM.